Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 69,46 / kg
Soja - Indicador PRR$ 135,41 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 142,31 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,73 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,79 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,44 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,22 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,31 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,28 / kg
Ovo Branco - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 125,96 / cx
Ovo Branco - Regional BrancoR$ 130,02 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 138,57 / cx
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 140,41 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 119,19 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 133,13 / cx
Frango - Indicador SPR$ 8,11 / kg
Frango - Indicador SPR$ 8,12 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.185,08 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.023,45 / t
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 135,86 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 128,84 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 124,23 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 149,36 / cx

Análise Econômica

Análise econômica Avicultura: demanda aquecida impulsiona preços do frango no início de abril, ovos recuam no fim de março

Análise econômica Avicultura: demanda aquecida impulsiona preços do frango no início de abril, ovos recuam no fim de março

A semana que se inicia para a avicultura brasileira traz um cenário de recuperação nos preços da carne de frango, impulsionado pelo aumento da demanda típico do começo do mês. Em contrapartida, o mercado de ovos encerrou março com cotações em baixa no atacado, refletindo um enfraquecimento da procura na segunda quinzena.

Carne de frango: demanda em alta sustenta recuperação de preços

Os preços da carne de frango voltaram a apresentar alta na maioria das regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo a instituição, esse movimento de recuperação é resultado do aquecimento natural da demanda no início do mês, período em que a população geralmente dispõe de maior poder de compra devido ao recebimento de salários.

Agentes do setor avícola consultados pelo Cepea manifestam otimismo em relação ao volume de vendas para os próximos dias, projetando um cenário mais favorável em comparação com as últimas duas semanas de março, que foram marcadas por menor liquidez no mercado.

Ovos: demanda fraca no fim de março pressiona cotações no atacado

As cotações dos ovos encerraram o mês de março com queda no mercado atacadista da maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. De acordo com o Centro de Pesquisas, a demanda perdeu força na segunda metade do mês, desacelerando o ritmo das vendas e exercendo pressão negativa sobre os preços.

Apesar da retração no final de março, o Cepea ressalta que os preços dos ovos se mantêm acima dos patamares registrados em março de 2024. A análise do Centro de Pesquisas aponta que a desvalorização dos ovos brancos foi mais acentuada em comparação com os ovos vermelhos no mês passado. Agentes consultados pelo Cepea explicam que a oferta de ovos vermelhos está reduzida em diversas praças, o que contribuiu para limitar as quedas nos seus preços.

Comparativo com a semana anterior: exportações sustentam frango e custos variados para ovos

Em relação à semana anterior, o mercado de carne de frango demonstra uma recuperação impulsionada pela retomada da demanda no início de abril. Enquanto na última semana de março a menor liquidez e o final do mês exerciam pressão sobre os preços, a presente semana sinaliza um cenário mais positivo, com expectativa de aumento nas vendas. As exportações, que já se destacavam na semana passada como um importante fator de sustentação para os preços, especialmente na região Sul, continuam relevantes, mas o foco se volta agora para o fortalecimento da demanda interna.

No mercado de ovos, a comparação com a semana anterior revela uma continuidade da tendência de queda nos preços no atacado, iniciada no final de março. A menor demanda observada na segunda quinzena do mês passado persistiu, mantendo a pressão sobre as cotações. Apesar disso, a média mensal de março ainda superou a de fevereiro, conforme apontado na nota da semana anterior. A dinâmica dos custos de produção, com a valorização do milho e a estabilidade do farelo de soja, que já era uma característica da semana passada, segue sendo um ponto de atenção para os produtores de ovos.

Perspectivas:

Para as próximas semanas, a expectativa é de que o mercado de carne de frango continue a se beneficiar do aquecimento da demanda no início do mês, podendo sustentar os preços em patamares mais elevados. O desempenho das exportações também seguirá sendo um fator importante de suporte, especialmente para as regiões produtoras voltadas ao mercado internacional. No setor de ovos, a atenção se volta para a retomada do ritmo de vendas após o período de menor demanda no final de março. A relação entre oferta e procura, bem como a evolução dos custos de produção, principalmente da ração, serão determinantes para a trajetória dos preços nas próximas semanas.

Fatores que influenciam o mercado:
  • Custos de produção: A variação nos preços dos principais insumos da ração (milho e farelo de soja) representa um dos fatores mais críticos, impactando diretamente a rentabilidade dos produtores de frango e ovos. Outros custos, como energia, pintinhos/aves de postura, e mão de obra, também exercem influência.
  • Demanda interna: O nível de consumo de carne de frango e ovos no mercado doméstico é fundamental e está ligado ao poder de compra da população, hábitos alimentares, preços relativos de outras proteínas e eventos sazonais.
  • Exportações: O desempenho das exportações brasileiras de carne de frango tem um impacto significativo, especialmente na região Sul, influenciando a oferta disponível no mercado interno e os preços. Acordos comerciais e a demanda de países importadores são fatores relevantes.
  • Sanidade animal: A ocorrência de doenças e questões sanitárias pode afetar a produção, gerar custos adicionais e impactar a oferta e a confiança do consumidor, influenciando os preços.
  • Política e regulação: As políticas governamentais relacionadas ao setor agropecuário, como tributação, linhas de crédito, regulamentações sanitárias e ambientais, podem ter efeitos consideráveis sobre a produção e o mercado da avicultura.

Aquicultura: tilápia em alta e peixes nativos com demanda crescente

A semana no mercado de peixe de cultivo no Brasil foi marcada por variações de preços e um cenário promissor para os produtores, conforme apontam os dados do Cepea e da Peixe BR.

Tilápia em ascensão:
  • A região dos Grandes Lagos registrou um aumento de R$ 0,03, com o preço médio da tilápia atingindo R$ 7,82.
  • Em Minas Gerais, a região de Morada Nova de Minas apresentou o maior aumento, com R$ 0,10, elevando o preço médio para R$ 8,23.
  • O Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba também viram um aumento de R$ 0,04, com o preço médio chegando a R$ 8,14.
  • Em contraste, as regiões do Paraná registraram reduções: Norte do Paraná com queda de R$ 0,06 e preço médio de R$ 8,56 e Oeste do Paraná com queda de R$ 0,05 e preço médio de R$ 7,43.
  • É importante notar que, com exceção das regiões do Paraná, as demais áreas produtoras de tilápia acumulam oito semanas consecutivas de aumento nos preços pagos aos produtores.
Peixes nativos em destaque:
  • A oferta de peixes nativos está em baixa, o que tem impulsionado os preços, especialmente para o tambaqui.
  • O pintado, por sua vez, enfrenta uma escassez ainda maior, com dificuldade de encontrar o peixe mesmo com preços elevados.
  • A reposição de peixes nativos está alta em diversos estados, e a expectativa é de uma boa Quaresma para o setor.
Comitê de Competitividade da Tilápia:

Durante a semana, o Conselho Nacional de Pesca e Agricultura (CONAPE), do Ministério da Pesca e Agricultura, oficializou a formação do Comitê de Competitividade da Tilápia.

A Peixe BR assumiu a presidência do comitê, com Francisco Medeiros na liderança e Felipe Torquato como vice-presidente.

O comitê, composto por diversas entidades do setor, tem como objetivo principal aprimorar a competitividade da tilapicultura brasileira, ajustando fatores regulatórios e de mercado.

Grãos: demanda externa aquece mercado da Soja, Milho tem negociações pontuais e Trigo sobe impulsionado pela sazonalidade

A última semana de março e os primeiros dias de abril trouxeram movimentações distintas para o mercado brasileiro de grãos. A soja se destacou pela forte demanda externa, impulsionada pela valorização do dólar, enquanto o milho registrou negociações mais localizadas em meio ao avanço das colheitas e o trigo continuou sua trajetória de alta, influenciado pela sazonalidade e contrastando com o cenário internacional.

Soja: demanda externa robusta e colheita avançada

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a demanda externa aquecida pela soja brasileira impulsionou o ritmo de negócios no mercado spot nacional na última semana de março. A valorização do dólar frente ao Real tornou a commodity brasileira mais atraente para compradores estrangeiros, estimulando as negociações.

Além disso, o Cepea observou um maior interesse dos sojicultores em comercializar parte da safra 2024/25 no mercado spot, visando obter recursos para o custeio de financiamentos da próxima temporada. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, revelam que o Brasil embarcou expressivos 10,25 milhões de toneladas de soja até o dia 21 de março, um volume 59,5% superior ao total exportado em fevereiro.

No front da produção, a colheita da safra avança em ritmo acelerado, beneficiada pelas condições climáticas favoráveis que têm contribuído para produtividades consideradas excepcionais em grande parte do país. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reportou que, até 23 de março, 76,4% da área total de soja havia sido colhida, superando os 66,3% registrados no mesmo período de 2024 e a média dos últimos cinco anos (66,2%).

Confira os valores da soja (03/04):

  • Paranaguá: R$ 131,37
  • Paraná: R$ 126,98
Milho: negociações pontuais em meio à colheita e semeadura

O mercado de milho tem apresentado um cenário de negociações pontuais e regionalizadas, conforme levantamentos do Cepea. Os produtores estão majoritariamente focados nas atividades de campo, com a colheita da safra de verão em bom ritmo na maioria das praças e a semeadura da segunda safra caminhando para a fase final.

Do lado da demanda, muitos consumidores se mostram bem abastecidos, o que os mantém afastados do mercado spot nacional ou os leva a adquirir apenas lotes específicos. Esse contexto tem exercido pressão sobre as cotações em algumas regiões, como Campinas (SP), segundo o Cepea. Apesar dessa pressão pontual, os valores do milho se mantêm em patamares elevados e acima dos praticados no mesmo período do ano anterior, em termos nominais.

  • O valor do milho (03/04) é de R$ 84,82
Trigo: sazonalidade impulsiona alta no mercado doméstico

Em linha com a sazonalidade, os preços do trigo continuam em trajetória de alta no mercado brasileiro, atingindo os maiores patamares do ano, de acordo com o Cepea. O movimento de valorização foi observado ao longo de todo o primeiro trimestre de 2025, tanto no Brasil quanto na Argentina.

Em contraste, nos Estados Unidos, o trigo registra desvalorização, influenciado pela guerra comercial, pela valorização do dólar (que torna os produtos norte-americanos menos competitivos) e pelas implicações do conflito na região do Mar Negro. O contrato Maio/25 negociado na Bolsa de Chicago (CME Group) atingiu o menor patamar desde o início de sua negociação em julho de 2022.

Confira os valores do trigo (03/04):

  • Paraná: R$ 1.533,86
  • Rio Grande do Sul: R$ 1.459,99
Perspectivas:

Para as próximas semanas, o mercado de soja deverá seguir atento à dinâmica da demanda externa e à evolução do câmbio, que continuarão sendo fatores cruciais para sustentar o ritmo de negócios. A conclusão da colheita da safra e as projeções para a próxima temporada também influenciarão as expectativas de oferta. No mercado de milho, a atenção se volta para o desenvolvimento da segunda safra e para o comportamento da demanda interna, que poderá se intensificar com o escoamento da produção e as necessidades dos setores consumidores. Já para o trigo, a tendência de alta no mercado doméstico, impulsionada pela sazonalidade, deverá persistir, enquanto o cenário internacional e a competitividade do produto brasileiro frente às importações seguirão sendo monitorados.

Fatores que influenciam o mercado:
  • Condições climáticas: As condições meteorológicas em importantes regiões produtoras do Brasil e do mundo têm um impacto direto na produtividade das lavouras e, consequentemente, na oferta e nos preços dos grãos.
  • Taxa de câmbio: A relação entre o Real e o Dólar americano influencia a competitividade dos grãos brasileiros no mercado internacional, afetando as exportações e os preços internos.
  • Demanda global: A demanda por grãos em nível mundial, impulsionada pelo consumo humano, pela produção de ração animal e pela indústria de biocombustíveis, é um fator determinante para os preços internacionais e, por extensão, para o mercado brasileiro.
  • Política agrícola e regulatória: As políticas governamentais relacionadas ao setor agrícola, como subsídios, linhas de crédito, tarifas de importação e regulamentações ambientais, podem ter um impacto significativo na produção, na comercialização e nos preços dos grãos.
  • Dinâmica da oferta e demanda interna: O equilíbrio entre a produção nacional de grãos e a demanda interna (para consumo, indústria e exportação) é um fator fundamental na formação dos preços no mercado brasileiro. Variações nos estoques também exercem influência.