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Grãos

Trigo lidera queda dos grãos na bolsa de Chicago

Milho e soja também recuaram na sessão

Trigo lidera queda dos grãos na bolsa de Chicago

O trigo liderou a queda dos preços dos grãos na bolsa de Chicago nesta segunda-feira. Os contratos do cereal para março, os de maior liquidez, caíram 2,89%, a US$ 7,39 por bushel.

A renovação do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro entre Rússia e Ucrânia aumentou a oferta de trigo da região no mercado internacional. Segundo Edson Abraão, CEO da Unique Commodities, neste momento, o trigo russo é o mais barato do mundo e tem encontrado demanda em países como Argélia, Egito e Brasil.

O fraco desempenho das exportações dos Estados Unidos também pesou sobre as cotações. Os americanos embarcaram 334,66 mil toneladas na semana encerrada em 1º de dezembro, ou 17,6% a menos do que na semana anterior, segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA).

Milho

O milho fechou em queda em Chicago pelo quinto pregão consecutivo. Os papéis do grão para março do ano que vem recuaram 0,89%, a US$ 6,405 por bushel.

O analista Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, afirma que problemas na demanda têm pressionado as cotações do cereal. “As margens de esmagamento nos Estados Unidos estão péssimas. O petróleo WTI, que precifica o etanol americano, caiu muito mais do que o milho”, afirma. Além disso, argumenta Fernandes, o Brasil tem exportado volumes “interessantes” de etanol de cana-de-açúcar para o mercado americano, o que estaria atrapalhando a recuperação dos preços no país. Também pesam sobre as cotações do cereal as fracas vendas americanas ao exterior.

Os EUA exportaram 524,3 mil toneladas de milho na semana encerrada em 1º de dezembro, informou o USDA. O volume é 68,2% superior ao da semana anterior, mas 33,4% menor que o da mesma semana de 2021.

Soja

Os contratos da soja para janeiro, os mais negociados na bolsa de Chicago, caíram 0,05%, a US$ 14,3775 por bushel. Os papéis para março de 2023, por sua vez, recuaram 0,1%, a US$ 14,45 por bushel. Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, afirma que a soja tem recuado em virtude da desvalorização do óleo. O derivado tem caído desde a semana passada, quando a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) definiu que o mandato de adição de combustíveis renováveis aos fósseis vai subir menos de 1% em 2023, para 20,82 bilhões. Isso deve reduzir a demanda interna, e, consequentemente, elevar os estoques de soja americanos.

O analista acredita que o mercado vai “andar de lado” durante esta semana, à espera do resultado da reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), do Banco Central brasileiro, na quarta-feira. A decisão do BC pode mexer com o dólar, o que se reflete sobre as exportações brasileiras. “E os preços não têm espaço para subir porque há sinais de chuvas consistentes na Argentina e na América do Sul nas próximas semanas”, diz Fernandes.