
Com a intensificação da temporada de doenças respiratórias, suinocultores enfrentam o dilema de escolher a via de tratamento mais eficaz: ração, injeção ou água? Segundo Nic Lauterbach, diretor da Pharmgate Animal Health, e Casey Zangaro, da Universidade Estadual de Michigan, a administração hidrossolúvel tem se destacado como uma solução estratégica, especialmente quando os animais apresentam letargia e perda de apetite.
A lógica é fisiológica: quando adoecem, os suínos reduzem drasticamente o consumo de ração, mas continuam bebendo água. Isso torna a medicação via hídrica uma ferramenta rápida e eficaz para tratar todo o plantel com o mínimo de estresse e mão de obra. Dados mostram que essa modalidade cresceu 4% na última década, representando 30% da administração de antibióticos em 2020.
No entanto, o sucesso do tratamento exige rigor técnico. Lauterbach elenca 9 passos essenciais, que vão desde a calibração do fluxo de água e limpeza das tubulações até o cálculo preciso da dose para 24 horas.
1. Trabalhe em conjunto com seu veterinário para identificar os patógenos bacterianos relevantes, prescrever o produto correto e seguir as instruções do rótulo.
2. Certifique-se de que seu abastecimento de água seja limpo e de alta qualidade.
3. Limpe e enxágue as tubulações de água, baldes, espátula/pá e sistemas de dosagem de medicamentos antes de misturar. Para melhorar a mistura, use um balde de plástico limpo para misturar medicamentos solúveis em água.
4. Verifique as taxas de fluxo de água e calibre o sistema de medicação.
5. Calcule a medicação necessária para uma administração de 24 horas.
6. Misture a dose de antibiótico no volume correto de água fria, conforme indicado no rótulo, e certifique-se de que o medicamento esteja completamente dissolvido.
7. Monitore o consumo de água ao longo do tratamento.
8. Observe os porcos para detectar mudanças nos sintomas e comunique-se com seu veterinário.
9. Lave as tubulações de água e limpe o sistema de medicação para remover quaisquer resíduos após o tratamento.
Antes de optar por essa via, o produtor deve responder a um “checklist” de viabilidade, considerando o patógeno específico, o equipamento disponível e o período de carência. Apesar da eficácia, os especialistas reforçam: nenhum medicamento substitui um ambiente limpo e protocolos robustos de biosseguridade.
Referência: Pork Business












