
A suinocultura da Moldávia enfrenta uma das piores crises sanitárias de sua história recente, com o plantel nacional sofrendo uma redução drástica devido ao avanço incontrolável da Peste Suína Africana (PSA). Dados oficiais divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas revelam que, em 1º de outubro de 2025, o rebanho suíno do país encolheu para 296.000 cabeças, o que representa uma queda de quase 30% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A retração é consequência direta de uma série de surtos que atingiram o coração da produção industrial, forçando o abate sanitário de milhares de animais, apenas em agosto, 7.000 suínos foram sacrificados.
O impacto na cadeia produtiva gerou um desequilíbrio severo entre oferta e demanda. Desde o início do ano, a produção de carne suína acumulou uma queda de 15%, impulsionada por 18 focos confirmados da doença entre janeiro e outubro. A escassez de animais terminados refletiu-se imediatamente no varejo, pressionando a inflação de alimentos. O preço médio da carne suína, que oscilava entre 75 e 80 MDL em junho, disparou para a faixa de 95 a 120 MDL (entre 4,9 e 6,2 euros), onerando o consumidor final e desafiando a segurança alimentar local.
A crise atingiu proporções estruturais ao afetar os maiores players do mercado. Segundo Evgeniy Salkutsan, presidente da associação de processadores de carne, os surtos nas granjas industriais Golden Piglet e Porco Bell resultaram na perda de aproximadamente 105.000 suínos. Com a indústria operando com alta capacidade ociosa e sem previsão de retomada em curto prazo devido aos complexos protocolos de vazio sanitário e repovoamento, a Moldávia deve ampliar significativamente as importações da União Europeia, buscando suprimento em países como Espanha, Polônia e Romênia.
Referência: Pig Progress











