Redação AI (10/04/06)- O mito de que os produtos made in Japan são invencíveis em qualidade vai aos poucos se desmoronando, em meio ao combate à gripe aviária e o aumento das importações de ovos frescos no Japão.
No ano passado, foram importados 14 mil toneladas, cerca de 11 vezes mais do que o ano anterior. Se incluir os produtos processados, chega-se à conclusão de que 8% dos ovos comercializados no Japão são de origem estrangeira. Os principais exportadores são Estados Unidos, Holanda e Brasil, respectivamente.
Pelo relatório do Ministério da Agricultura, Florestamento e Pescas, o volume de ovos frescos importados era mantido entre 1 mil a 2 mil toneladas anuais, nos últimos 10 anos.
O quilo dos ovos frescos também mantinha-se estável desde o final da guerra, entre 100 a 200. No entanto, desde a descoberta do primeiro caso de gripe aviária no país, em janeiro de 2004, na província de Yamaguchi, os japoneses reduziram o consumo de ovos e carne de frango. Para manter os preços, os produtores diminuíram a produção.
Notícias Relacionadas
Os granjeiros, no entanto, não estavam preparados para o retorno da demanda. Para uma ave sair do ovo e começar a produzir ovos leva-se pelo menos seis meses, fato pelo qual o Japão recorreu à importação. Mesmo com os preços elevados, as remessas do exterior vêm sendo mantidas, pois a produção é estável e os países citados acima estão livres da enfermidade que ataca as aves.
A produção nacional é de 2,46 milhões de toneladas (2005), quantidade que, oficialmente, abastece 95% do consumo necessário no país.
Antes, a maior parte das importações incluía produtos processados como pão, maionese e molhos. Por outro lado, os ovos frescos são trazidos por navio e, quando o estado de conservação é propício, podem ser conservados por vários meses.
Segundo afirmou o presidente da Associação de Granjeiros do Japão, Hideyuki Shimada, ao jornal Sankei, as importações viraram rotina, pois é preciso estar preparado para eventuais surtos de gripe aviária nas granjas no país.
A maior parte dos ovos frescos vendidos nos supermercados é nacional e as etiquetas especificam a cidade de origem. O mesmo não acontece com os ovos utilizados no preparo de comidas semi-prontas, como oden, sopa, marmitas, entre outros.
Segundo Shimada, o domínio de produtos estrangeiros no mercado alimentício não ocorre apenas com os ovos, mas acontece também com algumas verduras.
