Redação (04/06/2008)- Maior pólo produtor da Bahia (BA), a região oeste do estado, está apostando na industrialização das commodities agrícolas e deverá receber, em 2008, mais de R$ 1 bilhão em investimentos. Apesar do principal foco ainda ser o setor de grãos, frigoríficos e usinas de álcool também chegam à região.
Os aportes chegam de todos os lados, boa parte deles vindo de fora do País. É o caso da parceria formada pela japonesa Mitsui, Multigrain e a cooperativa norte-americana CFS que está investindo US$ 500 milhões para a implantação de uma usina de álcool na cidade de São Desidério (BA).
Tamanho investimento pode ser explicado pelo fato de que hoje a Bahia exporta aproximadamente 80% do álcool que consome. Além disso o estado mantém um programa de incentivo à produção de álcool que já atraiu diversos grupos ao sul da Bahia. "Em 10 anos a cana vai representar 20% da área na região", prevê Humberto Santa Cruz, proprietário da Agronol e presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).
Para estimular o plantio comercial da cana-de-açúcar a Fundação Bahia, por meio de um convênio firmado com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), desenvolveu quatro variedades do produto que se caracterizam pela adaptabilidade às condições regionais e altas produtividades. Uma delas pode chegar a 230 toneladas por hectare.
Outra empresa que exemplifica a diversificação da região e a expansão do seu processo de industrialização é o frigorífico Mauricéa, o maior da Região Nordeste, que irá iniciar no segundo semestre abate de frangos na sua unidade de Luís Eduardo Magalhães (LEM).
O investimento para a ampliação da planta está estimado em R$ 100 milhões, mas nos últimos 8 anos a empresa que é original de Pernambuco já investiu mais de R$ 200 milhões na cidade.
O empreendimento terá capacidade de abate de 300 mil aves por dia e fará o beneficiamento do milho e soja para a ração dos animais. "Esse é um dos segmentos que estão crescendo em função da ala dos grãos", diz Alcides Viana, assessor de agronegócios da Aiba.
Outro segmento que migra para a região, devido ao seu potencial graneleiro, é a indústria de biodiesel. Além da Bioóleo e da Comanche, empresa formada por um fundo de investimento norte-americano, a Bioclean Energy já está construindo uma planta com capacidade para produzir 100 mil m³ de biodiesel por ano. A companhia tem um acordo de cooperação com o governo que a exonerou na compra dos equipamentos. No último ano a BA foi estado no qual a produção de biodiesel registrou incremento mais expressivo, variando de 4,2 mil m³ para 43,2 mil m³.











