Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 68,24 / kg
Soja - Indicador PRR$ 135,69 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 141,08 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,76 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,72 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,46 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,43 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,29 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,36 / kg
Ovo Branco - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 130,77 / cx
Ovo Branco - Regional BrancoR$ 135,24 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 144,57 / cx
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 146,74 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 123,86 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 137,66 / cx
Frango - Indicador SPR$ 8,11 / kg
Frango - Indicador SPR$ 8,12 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.199,56 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.037,08 / t
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 140,84 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 131,37 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 122,17 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 135,74 / cx

Sustentabilidade

Pegada de carbono e nitrogênio: O próximo grande salto de eficiência na produção de carne suína

Da formulação da dieta à aplicação no solo, saiba como integrar nutrição de precisão e manejo de dejetos para mitigar emissões, reduzir custos e valorizar o potencial fertilizante na granja

Pegada de carbono e nitrogênio: O próximo grande salto de eficiência na produção de carne suína

Após décadas de sucesso na redução da excreção de fósforo (P), a suinocultura mundial volta suas atenções para um desafio complexo e urgente: o gerenciamento do nitrogênio (N). Sendo o segundo nutriente mais oneroso na dieta animal e um precursor significativo de emissões de amônia (NH₃) e óxido nitroso (N₂O), o controle do nitrogênio exige uma abordagem sistêmica que integre nutrição de precisão e manejo avançado de dejetos.

Abaixo, detalhamos um roteiro técnico com 20 estratégias essenciais para mitigar emissões, reduzir custos e transformar passivos ambientais em ativos agronômicos de alto valor.

Nutrição de Precisão: O Combate Começa no Cocho

A eficiência na conversão do nitrogênio ingerido em proteína animal é a primeira linha de defesa. Ajustes finos na dieta podem reduzir drasticamente a excreção urinária, principal fonte de volatilização de amônia.

  1. Redução da Proteína Bruta (PB): O balanceamento exato de aminoácidos permite diminuir o teor total de proteína da dieta, cortando o excesso de N excretado.
  2. Uso de Aminoácidos Cristalinos: Substituir parte das farinhas proteicas por aminoácidos sintéticos atende à demanda nutricional sem sobrecarregar o metabolismo do animal.
  3. Formulação via Digestibilidade Ileal: Utilizar o conceito de digestibilidade ileal padronizada otimiza a absorção, podendo reduzir o nitrogênio urinário em até 20%.
  4. Modulação da Fermentação Intestinal: A inclusão de fibras solúveis (como polpa de beterraba ou DDGS) desvia o N da urina para as fezes, onde é mais estável, convertendo ureia em proteína microbiana.
  5. Proteínas de Digestão Lenta: Ingredientes como farinha de canola promovem maior aproveitamento microbiano no intestino grosso.
  6. Sincronia Proteína-Amido: Alinhar as taxas de digestão desses dois componentes maximiza a retenção de nitrogênio pelo suíno.
  7. Aditivos Estratégicos: O uso de proteases, prebióticos e amido resistente melhora a digestibilidade geral e a captura de N.
  8. Nutrição por Fases Dinâmica: Ajustar a dieta com frequência, acompanhando o enchimento dos silos, evita o fornecimento de proteína acima da exigência daquela fase de crescimento.
  9. Alimentação de Precisão (Precision Feeding): Tecnologias de automação que misturam rações em tempo real para atender à curva de crescimento individual de cada animal.
  10. Saúde Intestinal: Animais saudáveis, com menor estresse ao desmame e livres de doenças entéricas, absorvem melhor os nutrientes e desperdiçam menos nitrogênio.

Gestão Inteligente de Dejetos: Do Passivo ao Fertilizante

Uma vez excretado, o nitrogênio deve ser estabilizado e aplicado com rigor agronômico para evitar perdas para a atmosfera ou lençóis freáticos.

  1. Separação na Origem: Sistemas como correias em V nas baias separam fezes e urina imediatamente, impedindo a reação química que gera amônia.
  2. Separação Sólido-Líquido: O uso de centrífugas ou prensas reduz a carga de nutrientes nos efluentes líquidos quando a separação na origem não é possível.
  3. Acidificação dos Dejetos: A redução do pH mantém o nitrogênio na forma de amônio (NH₄⁺), que não volatiliza, melhorando o ambiente interno da granja.
  4. Cobertura de Lagoas: Estruturas de cobertura limitam a troca gasosa com a atmosfera e possibilitam a captura de biogás (metano).
  5. Sincronia de Aplicação: Aplicar o biofertilizante no momento de maior demanda da cultura agrícola (milho, soja, pastagem).
  6. Aplicação Localizada: Posicionar o dejeto próximo às raízes para maximizar a absorção.
  7. Incorporação Imediata: A injeção no solo ou incorporação rápida evita perdas por volatilização superficial.
  8. Janela Climática: Evitar aplicações em dias de vento forte, calor excessivo ou chuva iminente para prevenir deriva e lixiviação.
  9. Calibração de Equipamentos: Garantir a uniformidade da aplicação para evitar zonas de superdosagem ou carência.
  10. Monitoramento Analítico: O uso de sensores e análises laboratoriais de solo e dejeto permite a aplicação em taxa variável, fechando o ciclo da precisão.

Referência: Pork Business