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MERCADO

Exportações de carne suína declinam, mas mercado doméstico mantém estabilidade

Exportações de carne suína declinam, mas mercado doméstico mantém estabilidade

Dando um panorama abrangente do mercado de suínos em novembro, observamos uma queda significativa nas exportações brasileiras de carne suína in natura em outubro de 2023, registrando uma redução de 16,2% em relação a setembro do mesmo ano (Tabela 1).

Queda da participação da China

Além da redução do volume exportado, mais dois pontos relevantes se destacam nos embarques dos últimos meses: um deles é a redução do valor da tonelada exportada de carne in natura em dólar, que vem caindo desde maio/23, quando estava em US$ 2.587/tonelada e em outubro fechou em US$ 2.287/tonelada, uma redução de 11,6%. Outro ponto é a queda da participação da China. Ao se analisar os meses de agosto, setembro e outubro/23 é possível perceber uma forte redução absoluta e percentual do gigante asiático nas nossas vendas externas, bem como uma queda significativa no preço médio em dólar (tabela 2). No comparativo entre os trimestres referidos dos dois anos é possível identificar um aumento significativo de embarques para Filipinas, que ultrapassou Hong Kong e assumiu o segundo lugar neste período. Por outro lado, o México que é um dos maiores importadores mundiais já aparece na sexta colocação, com mais de 15 mil toneladas nesses três meses (tabela 2).

Além da diminuição do volume exportado, dois pontos relevantes destacam-se nos embarques recentes: a redução do valor da tonelada exportada de carne in natura em dólar, que vem decrescendo desde maio de 2023, e a queda na participação da China. A China, que já representou mais de 50% das exportações, agora acumula três meses consecutivos abaixo de 30% (Tabela 3).

Os dados preliminares de abate do terceiro trimestre de 2023, divulgados pelo IBGE, confirmam o crescimento significativo do abate de bovinos e o ligeiro aumento do abate de suínos (Tabela 4). Comparando com o mesmo período do ano anterior, o abate de suínos cresceu menos de 1% em cabeças e menos de 2% em toneladas de carcaças.

O terceiro trimestre na maioria dos anos recentes é o período de maior volume de abate de suínos ao longo do ano, portanto, é normal mesmo quando o crescimento da produção desacelera (como é o caso de 2023), que o somatório dos suínos abatidos entre julho e setembro seja maior que os trimestres anteriores, e até mesmo o último trimestre do ano corrente. Porém, chama a atenção, conforme a tabela 5, que apresenta o abate no terceiro trimestre dos últimos 10 anos, que o crescimento observado no 3º trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022 foi o menor em cabeças, e o segundo menor em toneladas de carcaças no período avaliado.

O crescimento da disponibilidade interna de carnes bovina, de frango e suína de janeiro a setembro de 2023 mostra um aumento do consumo doméstico de carne bovina de quase 12%, de frango em pouco menos de 5% e de carne suína de apenas 0,10%. Isso resultou em um aumento do consumo total das três proteínas somadas em 6%, ou 5,5 kg por habitante/ano (Tabela 6).

Este crescimento na disponibilidade interna aproximou os preços da carne bovina para a carne suína em relação ao ano passado (Tabela 7), reduzindo a competitividade da carne suína e limitando as altas no preço pago ao produtor. Após o spread entre o valor do quilograma da carcaça bovina em relação à suína atingir o menor percentual do ano em setembro de 2023, em outubro e novembro (parcial) voltou a subir (Tabela 7).

Entrando em meados de novembro, a tão esperada alta nas cotações do suíno vivo ainda não se concretizou, apesar do aquecimento da demanda para atender o consumo de final de ano. Analisando o comportamento dos preços nos últimos 10 anos, entre os meses de outubro e janeiro, a tabela 8 sugere que, quando não há uma grande alta do preço em novembro e dezembro, a tendência é que em janeiro o preço se mantenha estável.

Em relação aos insumos, a CONAB divulgou em 09/11 o segundo levantamento da safra 2023/24, indicando uma redução na expectativa de safra de milho, com previsão de um total de 119 milhões de toneladas a serem colhidas (Tabela 9). Não há, contudo, evidências de movimentos especulativos aparentes nos insumos, apesar do aumento nos preços.