
Depois de um período de estabilidade que se estendeu por cerca de seis semanas, o mercado de carne suína voltou a registrar reação nos preços do animal vivo e da carne no atacado. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o movimento de alta tem relação direta com o aumento da demanda doméstica característico do início de mês, quando o consumidor tende a recompor estoques e o poder de compra das famílias é reforçado.
O cenário mais aquecido no consumo interno coincidiu com um desempenho expressivo das exportações, que continuam sustentando o escoamento da produção nacional e contribuindo para o equilíbrio de oferta no mercado interno. Em outubro, o Brasil embarcou 142,7 mil toneladas de carne suína, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Embora o volume tenha sido 5% inferior ao recorde histórico de setembro (150 mil toneladas), ainda representa a segunda maior quantidade já registrada na série e supera em 10% o total exportado em outubro de 2024.
Entre os principais destinos, Japão e México se destacaram com aumento de demanda, consolidando-se como mercados estratégicos para o setor. O desempenho confirma a diversificação geográfica das vendas externas brasileiras, que têm reduzido a dependência de mercados tradicionais e garantido fluxo consistente de receita cambial ao longo de 2025.
No acumulado de janeiro a outubro, as exportações nacionais somam mais de 1,25 milhão de toneladas, o que representa um crescimento de 13% frente ao mesmo período do ano passado e um recorde histórico para o intervalo. Esse ritmo reforça o papel das vendas externas na sustentação da cadeia produtiva, especialmente diante dos custos de produção ainda elevados e da concorrência com outras proteínas no mercado interno.
Com a combinação de demanda interna fortalecida e fluxo externo aquecido, o setor suinícola brasileiro encerra o segundo semestre com perspectivas positivas. Segundo analistas do Cepea, o equilíbrio entre consumo doméstico e exportações tende a manter o mercado firme nas próximas semanas, com possibilidade de novas valorizações pontuais conforme a aproximação das festas de fim de ano.











