
Neste artigo, a professora doutora Masaio Mizuno Ishizuka, renomada titular emérita de Epidemiologia da FMVZ-USP, nos guia por um tema fundamental para a pecuária moderna: a biosseguridade baseada em risco e a qualidade total na avicultura e suinocultura.
Com um olhar atento para o passado e para o futuro, o texto explora a evolução desses setores no Brasil, destacando as transformações tecnológicas e sanitárias que os levaram à posição de destaque global. Além disso, a autora mergulha nos desafios sanitários atuais, como a Influenza Aviária e a resistência antimicrobiana, e mostra como a prevenção é a chave para superá-los.
A professora Masaio enfatiza o papel crucial de profissionais como o epidemiologista e o extensionista, que atuam como pilares para a implementação de programas de biosseguridade e Qualidade Total. O artigo também apresenta uma análise de custo-benefício que prova, com números concretos, que investir em prevenção não é um gasto, mas sim um retorno financeiro significativo.
O Brasil é reconhecido mundialmente como um dos principais exportadores de produtos de origem animal. Este documento apresenta o ranking atual do país em relação às exportações de carne de frango, carne suína e ovos, com base em dados recentes de fontes internacionais.
O Brasil ocupa o 1º lugar no ranking mundial de exportação de carne de frango, sendo responsável por aproximadamente 37 % de todo o comércio global (WATTPoultry, 2024)
O Brasil está na 4ª posição entre os maiores exportadores de carne suína do mundo, com participação aproximada de 7 a 8 % no mercado global. O país tem ampliado suas vendas especialmente para a China, Hong Kong e Rússia (World’s Top Exports, 2024; Reuters, 2024).
As exportações brasileiras de ovos ainda são modestas no cenário mundial. O país representa menos de 1 % das exportações globais de ovos frescos e industrializados. A gripe aviária nos Estados Unidos tem aberto novas oportunidades para o Brasil neste setor (Linkedin, Brazil’s opportunity, 2024).
Nesse cenário, o Controle de Qualidade Total (TQC) emerge como um instrumento indispensável para a avicultura, integrando tecnologias avançadas, manejo eficiente e práticas de biosseguridade robustas. Mais do que uma metodologia, o TQC é um compromisso com a excelência em todas as etapas da produção, da granja à mesa do consumidor. Através de seus princípios e estratégias, o TQC não apenas contribui para a eficiência e segurança dos processos, mas também para a sustentabilidade e o bem-estar animal, pilares fundamentais para manter a liderança do Brasil no setor avícola global.
O Brasil destaca-se como o sétimo maior produtor mundial de ovos, representando aproximadamente 3,15% da produção global. No entanto, quando se trata de exportação de ovos, o Brasil possui uma participação mais modesta no mercado internacional. Em 2023, o país exportou cerca de 1.026 toneladas de ovos (in natura e processados) em outubro, com o Chile e o Japão sendo os principais destinos.
Embora os dados disponíveis não especifiquem a posição exata do Brasil no ranking global de exportadores de ovos, é evidente que a maior parte da produção nacional se destina ao consumo interno, com as exportações representando uma fração menor. Em 2024, os estados maiores exportadores de ovos foram: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul , Santa Catarina e Mato Grosso do Sul Sul: 1.287 toneladas exportadas – Receita: US$ 2,50 milhões (AGRIMIDIA et al, 2024)
A abordagem preventiva é a base da epidemiologia moderna aplicada à produção animal intensiva. Em vez de se concentrar no controle após o surgimento de doenças, autores de referência defendem estratégias proativas de biosseguridade, monitoramento, educação sanitária e modelagem preditiva. As referências fundamentais que enfatizam a prevenção em criações intensivas, com foco especial em aves e suínos (THRUSFIELD, 2005, OLIVEIRA, 2005. MAURER ET AL, 2004, FAO, 2008, BERCHIERI JÚNIOR, A. et al, 2009; PEREIRA ET AL, 2016, EVANS & GUNN, 2007 e SILVA & MOREIRA, 2012).
A QT na avicultura brasileira vem demonstrando como o setor pode aliar inovação tecnológica, manejo preventivo e estratégias de biosseguridade para alcançar resultados excepcionais. Ao longo das últimas décadas, ela tem sido responsável por reduzir perdas, otimizar processos produtivos e atender às crescentes demandas do mercado interno e externo. Embora desafios como a integração de pequenos produtores e os custos iniciais de implementação ainda existam, a QT oferece um caminho promissor para consolidar a posição do Brasil como líder global em avicultura. Com uma cultura de melhoria contínua e foco na sustentabilidade, o setor avícola brasileiro está preparado para garantir produtos seguros, éticos e de alta qualidade que atendam aos mais exigentes padrões internacionais.











