Na edição nº 925 da Avicultura Industrial (1987), um dos temas discutidos foi o impacto dos programas de iluminação na recria e postura. O artigo destacou como a luz afeta diretamente a maturidade sexual, a ingestão alimentar e a taxa de postura, influenciando a produtividade e a rentabilidade do lote. Além disso, foram abordadas estratégias para otimizar o fotoperíodo, prevenindo problemas fisiológicos e garantindo um manejo eficiente. Este TBT Agrimidia resgata um conhecimento essencial para a evolução das práticas na avicultura moderna.
Texto na Íntegra:
Os programas de iluminação utilizados durante a recria e a postura das frangas desempenham um papel fundamental no desempenho produtivo das aves e, consequentemente, na lucratividade do lote. A iluminação afeta diretamente a maturidade sexual, a ingestão de alimento, o comportamento, o peso corporal, a uniformidade do lote e a taxa de postura. Além disso, interfere na secreção de hormônios reprodutivos, determinando a idade em que a ave atinge a maturidade sexual e inicia a produção de ovos. Por essa razão, o planejamento adequado dos programas de iluminação torna-se essencial para garantir a máxima eficiência produtiva.
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A iluminação pode influenciar aspectos fisiológicos e comportamentais das aves, impactando desde a composição corporal até a incidência de problemas como prolapso do oviduto e canibalismo. Estudos indicam que diferentes linhagens genéticas respondem de forma distinta aos programas de iluminação, evidenciando a necessidade de ajustes específicos para cada plantel. Além disso, fatores ambientais como temperatura e qualidade da nutrição também interagem com a iluminação, tornando o manejo ainda mais complexo.
Pesquisas demonstram que programas de iluminação mal planejados podem resultar em maturidade sexual precoce ou tardia, afetando negativamente a produção de ovos e a longevidade produtiva das aves. Durante a recria, o controle do fotoperíodo é essencial para evitar o desenvolvimento prematuro do aparelho reprodutivo, o que pode comprometer o desempenho futuro. Na fase de postura, a manipulação da iluminação pode ser utilizada para estimular a produção de ovos, desde que respeitadas as necessidades fisiológicas das aves e os limites recomendados para evitar estresse.
A duração e a intensidade da luz são fatores-chave na formulação dos programas de iluminação. O uso de ciclos de 24 horas, por exemplo, pode proporcionar respostas consistentes no crescimento e na maturidade das aves. No entanto, há diferentes abordagens, como programas com comprimentos constantes de luz, programas de variação gradual da duração do dia e estratégias assíncronas, que alteram o fotoperíodo de forma não uniforme ao longo do ciclo produtivo. Cada um desses métodos apresenta vantagens e desafios que precisam ser analisados com base nas condições específicas de criação e nos objetivos produtivos do lote.
Além do planejamento adequado, a implementação correta dos programas de iluminação requer rigor na manutenção das instalações e equipamentos. Falhas na distribuição da luz dentro dos galpões podem comprometer a uniformidade do lote, favorecendo a competição entre as aves e impactando negativamente o desempenho geral. O uso de lâmpadas de espectro adequado, a limpeza frequente das fontes de iluminação e o monitoramento dos níveis de luminosidade são medidas essenciais para garantir a eficácia do manejo.
Diante da complexidade dos fatores envolvidos, recomenda-se que os programas de iluminação sejam sempre baseados em estudos experimentais e validados em condições ambientais semelhantes às do sistema produtivo em questão. Modificações arbitrárias ou improvisações podem comprometer os resultados e gerar prejuízos para a produção. O acompanhamento contínuo do lote, aliado a ajustes técnicos fundamentados, permite maximizar a produtividade e assegurar um manejo eficiente, contribuindo para o sucesso da atividade avícola.
