
Após um período de sucessivas perdas, a carne suína voltou a apresentar ganho de competitividade em relação à carne de frango neste mês de outubro. Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) indicam uma reversão importante no cenário de preços, marcada por oscilações distintas entre as duas proteínas.
Segundo o Cepea, essa mudança está diretamente relacionada aos efeitos do caso de gripe aviária registrado em maio deste ano em uma granja comercial do Rio Grande do Sul. O episódio provocou impacto significativo sobre o mercado avícola, pressionando os preços da carne de frango entre junho e o início de setembro e, consequentemente, prejudicando a competitividade da proteína suína no período.
Contudo, a partir da segunda quinzena de setembro, o setor começou a observar uma recuperação nas cotações do frango. Pesquisadores do Cepea explicam que esse movimento foi impulsionado principalmente pela retomada das exportações brasileiras de carne de frango à União Europeia, que haviam sido suspensas desde maio em função das medidas sanitárias preventivas. A reabertura do mercado europeu trouxe novo fôlego às indústrias avícolas, elevando a demanda e, com isso, os preços no mercado interno.
Enquanto isso, o mercado de suínos registrou leve retração nas cotações ao longo das últimas semanas, reflexo de ajustes na oferta e no consumo doméstico. Essa combinação de alta nos preços do frango e queda nos do suíno resultou em uma melhora da competitividade da carne suína frente à avícola — o primeiro avanço nesse sentido desde o episódio da gripe aviária.
De acordo com o Cepea, o cenário reforça a sensibilidade dos dois segmentos às variações no comércio internacional e aos fatores sanitários que afetam diretamente a dinâmica de preços. Analistas destacam que o comportamento do consumo interno e as exportações, sobretudo para países da Ásia e da América Latina, seguirão determinantes para definir os rumos do mercado de proteína animal nos próximos meses.












