O governo do Estado jogou a toalha, desistiu de continuar a negociação para que a empresa Frangosul-Doux, grande abatedora de aves, pague suas enormes dívidas com os fornecedores de frangos do Rio Grande do Sul. O governo resolveu entregar o assunto ao Ministério Público porque encontrou “indícios de crime” nas informações que levantou sobre seus balanços desde 2008, de acordo com os secretários Luiz Fernando Mainardi, da Agricultura, e Mauro Knijnik, do Desenvolvimento, que participaram de uma reunião sobre o caso, com a participação do governador Tarso Genro.
Examinando documentos e analisando algumas das ações da Frangosul-Doux, Knijnik disse que viu “um caso típico de colonialismo, como agiam as grandes empresas europeias sobre as colônias nos séculos XIX e XX”. Já Mainardi viu “verdadeiros crimes nos balanços, coisa para o Ministério Público”. Além de grandes transferências de dinheiro e produtos para a matriz, sem pagamento, a Frangosul chegou a vender frango para a Doux, em Paris, com prazo de 10 anos de pagamento, quando, para os outros compradores, o prazo era de 25 dias! Estas são apenas duas das irregularidades vistas nos documentos.
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