São muitas as pesquisas nutricionais feitas para melhor atender as necessidades dos animais. Apesar da grande quantidade de estudos sobre o assunto, a cada dia surgem novidades que podem aumentar ainda mais a produtividade de cadeias produtivas, como a de aves. Uma delas foi destacada pelo professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), José Henrique Stringhini, durante sua palestra no IV Clana – Congresso Latino Americano de Nutrição Animal. O evento é promovido pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), em conjunto com a Associação Mexicana de Especialistas em Nutrição Animal (Amena), e termina hoje (26/11) , em São Pedro (SP).
Focando a nutrição inicial e o desenvolvimento da função intestinal em frangos de corte, Stringhini foi enfático ao dizer que “quanto menor for o tempo entre a eclosão e o alojamento da ave, maior será o desenvolvimento fisiológico do frango, gerando benefícios produtivos”. Para ele, a ração pré-inicial deve ser oferecida ao frango rapidamente.
Segundo o professor, o desenvolvimento do intestino de um frango de corte ocorre de forma bastante acentuada nos primeiros dias de vida. Para fomentar esta etapa fisiológica, o criador deve acelerar a adoção da ração pré-inicial, deixando a ave o menor tempo possível em jejum, ou seja, dependendo do saco vitelino [reserva nutricional que alimenta a ave antes de nascer e nas primeiras horas após o nascimento]. Stringhini explica que, com a alimentação precoce, o animal poderá evitar a utilização imediata das reservas do saco, desenvolverá mais rapidamente o trato intestinal e favorecerá a formação da resposta-imune da ave contra possíveis doenças e/ou contaminações. “O jejum afeta diretamente o desenvolvimento intestinal do frango. Deve-se oferecer alimentos o mais rápido possível”, afirma.
Stringhini salienta, no entanto, que a ração oferecida à ave deve seguir alguns preceitos, afinal “não é qualquer alimento que deve dado ao frango que acaba de nascer”. Veja a tabela que ilustra as recomendações nutricionais para as fases pré-inicial (1 a 7 dias de idade) e inicial (8 a 21 dias de idade).
Recomendações nutricionais para as fases pré-inicial | ||
(1 a 7 dias de idade) e inicial (8 a 21 dias de idade) |
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Variável | Pré-inicial (1 a 7 dias) | Inicial (8 a 21 dias) |
Energia metabolizável (kcal/kg) | 2925 | 2980 |
Proteína bruta (%) | 21,85 | 20,65 |
Cálcio (%) | 0,931 | 0,878 |
Fósforo disponível (%) | 0,466 | 0,439 |
Sódio (%) | 0,221 | 0,213 |
Cloro (%) | 0,198 | 0,189 |
Ácido linoleico (%) | 1,072 | 1,051 |
Lisina digestível (%) | 1,302 | 1,113 |
Metionina digestível (%) | 0,508 | 0,434 |
Metionina + cistina digestíveis (%) | 0,924 | 0,79 |
Triptofano digestível (%) | 0,209 | 0,178 |
Treonina digestível (%) | 0,846 | 0,723 |
Arginina digestível (%) | 1,367 | 1,169 |
Valina digestível (%) | 0,977 | 0,835 |
Isoleucina digestível (%) | 0,846 | 0,723 |
Leucina digestível (%) | 1,406 | 1,202 |
Histidina digestível (%) | 0,469 | 0,401 |
Fenilalanina digestível (%) | 0,82 | 0,701 |
Fenilalanina + tirosina digestível (%) | 1,497 | 1,28 |
Fonte: adaptado de Rostagno et al. (2005) |
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