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Suinocultura

Estudo europeu destaca as dificuldades do transporte de porcas para o abate

Estudo europeu destaca as dificuldades do transporte de porcas para o abate

Na Europa, uma prática comum envolve o abate de aproximadamente metade das porcas de um rebanho anualmente, resultando no transporte de milhões desses animais por estrada para matadouros.

Um estudo do Centro de Referência da União Europeia para o Bem-Estar Animal de Porcos (EURCAW-Pigs) destaca os riscos específicos enfrentados pelas porcas durante essas viagens, concluindo que elas são particularmente vulneráveis aos estresses do transporte em comparação com outras categorias de suínos.

Entre os principais fatores que comprometem o bem-estar desses animais está a sua elevada sensibilidade ao estresse térmico, especialmente notável nas fases de lactação imediatamente antes e depois do desmame dos leitões.

Isso se deve, em parte, à alta demanda de produção de leite nesta fase. A regulamentação da UE limita o transporte de porcas em estágios avançados de gestação, mas ainda assim, o estresse térmico permanece uma preocupação significativa.

Outro aspecto crítico é a aptidão para o transporte. De acordo com a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), as porcas de reforma muitas vezes apresentam um estado de saúde geral comprometido, o que as torna suscetíveis ao agravamento de condições pré-existentes e ao desenvolvimento de novas condições de saúde durante o transporte.

Além disso, o comportamento agressivo resultante da mistura de porcas desconhecidas em um ambiente confinado representa um sério problema de bem-estar. Este comportamento agressivo não só aumenta o estresse entre os animais, mas também pode comprometer ainda mais a sua aptidão para o transporte.

Uma pesquisa ainda não publicada na Dinamarca por Kobek-Kjeldager e colaboradores revelou que cerca de 80% das porcas exibiram comportamento agressivo durante o transporte para abate em condições comerciais, evidenciando a prevalência de interações hostis em tais situações.

Embora faltem evidências científicas conclusivas sobre como mitigar esses comportamentos agressivos, sugere-se que reduzir o tamanho dos grupos e garantir espaço suficiente para que os animais subordinados possam se afastar dos agressores pode ajudar. Contudo, mais estudos são necessários para explorar soluções eficazes para esses problemas.

O relatório do EURCAW-Pigs não apenas revisa o conhecimento científico existente sobre o transporte de porcas, mas também discute a legislação europeia relevante e propõe indicadores potenciais para o bem-estar desses animais durante o transporte, buscando caminhos para melhorar suas condições nesses períodos críticos.

Fonte: The Pig Site