Da Redação 02/07/2002 – Os produtores brasileiros de soja têm segurado as vendas do produto para o exterior. A informação foi dada ontem pela secretária de Comércio Exterior (Secex) do ministério do Desenvolvimento, Lytha Spíndola. Motivo: expectativa de melhor rentabilidade, a partir de uma recuperação dos preços internacionais da commodity, aliada à depreciação da taxa de câmbio brasileira, que eleva em reais o valor a receber.
Segundo dados da Secex, a média de exportação da soja em grãos em junho apresentou queda total de 50,1%, em comparação com o mesmo período do ano passado. O recuo deveu-se basicamente pela menor quantidade vendida, que caiu 52,6%, já que no mês o preço internacional do produto subiu 5,4%. A exportação do produto em junho foi de US$ 218 milhões, contra US$ 436 milhões em 2001.
Fenômeno semelhante ocorreu com o farelo de soja. As exportações do produto cederam, em junho, 30,6% ante o mesmo período de 2001. O recuo no volume vendido para o exterior foi de 29,1%. Neste caso, contudo, a variação no preço internacional não foi favorável, apresentando uma queda de 2,2%. As vendas totais de farelo de soja no mês passado somaram US$ 138 milhões, frente a US$ 199 milhões.
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Segundo Lytha, o fato de as quedas se concentrarem basicamente no volume exportado confirma a tese de que os exportadores estão esperando o melhor momento para desovarem seus produtos no mercado externo.
Os números mostram que, por enquanto, a estratégia está correta. Com a desvalorização de 22,4% do real em relação ao dólar no período de abril a junho e com a recuperação no preço internacional da soja, o valor da saca de 60 kg saiu de R$ 18,00 para chegar a até R$ 28,00. O ganho de rentabilidade chegou a 55%. Entretanto, é importante ressaltar que que o momento favorável pode passar se a turbulência no mercado financeiro acabar.
