Fonte CEPEA
Milho Campinas (SP)R$ 67,61 / kg
Soja PRR$ 129,14 / kg
Soja Porto de Paranaguá (PR)R$ 134,06 / kg
Suíno Grande São Paulo (SP)R$ 12,55 / kg
Suíno SPR$ 8,59 / kg
Suíno MGR$ 8,43 / kg
Suíno PRR$ 7,98 / kg
Suíno SCR$ 8,01 / kg
Suíno RSR$ 8,09 / kg
Ovo Branco Gande São Paulo (SP)R$ 179,85 / cx
Ovo Branco Grande BH (MG)R$ 192,93 / cx
Ovo Vermelho Gande São Paulo (SP)R$ 200,29 / cx
Ovo Vermelho Grande BH (MG)R$ 215,47 / cx
Ovo Branco Bastos (SP)R$ 169,49 / cx
Ovo Vermelho Bastos (SP)R$ 191,33 / cx
Frango SPR$ 7,35 / kg
Frango SPR$ 7,37 / kg
Trigo PRR$ 1.505,40 / t
Trigo RSR$ 1.341,43 / t
Ovo Vermelho Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 208,10 / cx
Ovo Branco Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 177,77 / cx
Ovo Branco Recife (PE)R$ 179,05 / cx
Ovo Vermelho Recife (PE)R$ 185,45 / cx

Ração

Prevenção de doenças virais na Suinocultura: compreendendo a biossegurança da ração na produção suína

Prevenção de doenças virais na Suinocultura: compreendendo a biossegurança da ração na produção suína

A disseminação de patógenos virais, como a Peste Suína Africana (PSA), tem ressaltado a importância de medidas de biosseguridade abrangentes na suinocultura, que se estendem desde a obtenção dos ingredientes até a entrega da ração. A compreensão de que a ração pode atuar como vetor de transmissão viral representa uma mudança de paradigma no manejo da saúde suína.

A Ração como Vetor de Transmissão Viral:

O Dr. Francisco Domingues, diretor técnico global da Anitox para Mercados Suínos, explica que a natureza global do comércio de rações, combinada com a estabilidade ambiental de vírus suínos-chave, cria um cenário propício para a transmissão transfronteiriça de doenças. Ele enfatiza que a biosseguridade da ração não pode mais ser uma preocupação secundária nos sistemas de produção de suínos.

Pesquisas científicas crescentes confirmam que ingredientes da ração podem abrigar e transmitir vírus suínos economicamente devastadores. Estudos experimentais demonstraram que o vírus da diarreia epidêmica suína (PEDv), o vírus da síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRSv) e o vírus da peste suína africana (PSAv) podem sobreviver em componentes da ração por longos períodos em condições que simulam o transporte comercial. Em simulações históricas de transporte, a viabilidade viral foi documentada por notáveis períodos: 23-37 dias para PEDv em farelo de soja, vitamina D, cloridrato de lisina e cloreto de colina; 23 dias para PRRSv em produtos de soja; e várias semanas para PSAv durante simulação de transporte transoceânico.

O Dr. Domingues destaca que essas descobertas mudam fundamentalmente a forma de pensar sobre a segurança alimentar, pois não se trata apenas de risco teórico, mas de evidências concretas da persistência viral em ingredientes comuns de rações que cruzam continentes. A pesquisa também confirmou que rações contaminadas podem causar infecção em animais não infectados por meio do comportamento alimentar natural, mesmo com doses infecciosas medianas maiores do que as necessárias em matrizes líquidas.

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Impacto Global da PSA e Outros Vírus na Produção Suína

A introdução do vírus da Peste Suína Africana alterou fundamentalmente o panorama da indústria suína global, com impactos que serão sentidos nos próximos anos. A PSA é particularmente preocupante devido à sua alta mortalidade e à ausência de vacinas ou tratamentos eficazes.

Na Ásia, onde se concentra mais de 50% da população suína mundial, a introdução da PSA na China em 2018 e sua subsequente disseminação resultaram em:

  • Dizimação de rebanhos suínos com mortalidade próxima a 100%.
  • Redução drástica do plantel reprodutor.
  • Aumentos substanciais nos preços da carne suína, afetando o acesso do consumidor.
  • Reestruturação rápida dos sistemas de produção para operações maiores e mais biosseguras.

Os efeitos em cascata de grandes surtos incluem interrupções no fornecimento global de carne, mudanças nos padrões do comércio internacional e perdas econômicas que repercutem em toda a cadeia de suprimentos agrícolas e nas comunidades rurais. A ausência de vacina ou tratamento eficaz para a PSA enfatiza a extraordinária importância da prevenção e da compreensão das vias de transmissão, incluindo o papel da ração.

Perfis de Risco de Componentes da Alimentação e Estratégias de Mitigação

O Dr. Domingues aponta que entender quais ingredientes apresentam maior risco permite que os produtores implementem estratégias de mitigação direcionadas. Produtos de soja, por exemplo, demonstraram alta sobrevivência viral. Sanitizantes para ração foram eficazes na redução do RNA viral em farelo de soja, inclusive em baixos níveis de inclusão. Testes mostraram que a aplicação pós-contaminação (abordagem de mitigação) resultou em níveis de RNA viral substancialmente mais baixos em comparação com o tratamento preventivo, sugerindo que a resposta rápida à contaminação conhecida em ingredientes de alto risco é particularmente eficaz.

Sanitizantes para ração são considerados uma ferramenta importante na biossegurança da indústria, oferecendo proteção contra recontaminação até o ponto de consumo.

Biossegurança Abrangente para Fábricas de Ração

Com a produção suína global enfrentando contínuas ameaças de patógenos virais como PSA, PEDv e PRRS, a biossegurança da ração tornou-se um componente essencial das estratégias de prevenção de doenças. O reconhecimento da ração como vetor de transmissão viral mudou fundamentalmente a abordagem do setor à biossegurança.

“Publicações que documentam as consequências de surtos anteriores demonstraram a dificuldade de limpar uma fábrica de ração após a contaminação por vírus, como PEDv ou mesmo PSA. A limpeza da fábrica de ração pode levar meses”, observa o Dr. Domingues. As evidências são claras de que a ração representa uma via de transmissão viável para os principais patógenos suínos. À medida que a compreensão sobre esses riscos cresce, a abordagem à biossegurança de rações também precisa evoluir. O futuro da produção sustentável de suínos depende do reconhecimento e da abordagem desse ponto crítico de controle.

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Referência: Pig Progress