
A Hungria possui potencial para expandir sua produção avícola nos próximos anos, mesmo diante da pressão da gripe aviária e dos desafios impostos pela guerra comercial. Essa perspectiva foi destacada por participantes do mercado local em uma conferência do setor realizada em Budapeste.
O Ministro da Agricultura húngaro, István Nagy, reafirmou o compromisso do país em apoiar os avicultores e expandir a produção avícola. O governo planeja investir 4,3 trilhões de HUF (€ 10,6 bilhões) no desenvolvimento da agricultura, da indústria alimentícia e das áreas rurais até 2027, com a maior parte desse montante destinada ao apoio à avicultura, um setor considerado competitivo e consolidado na indústria alimentícia húngara. Além de atender à demanda interna, a avicultura gera um valor significativo para as exportações do país, representando quase metade das exportações de carne.
Tamás Éder, vice-presidente da Câmara Nacional de Agricultura e Indústria Alimentar, apontou que a Hungria tem a oportunidade de fortalecer sua posição no mercado europeu, aproveitando as dificuldades enfrentadas por agricultores da Europa Ocidental, onde o apoio ao setor não demonstra o mesmo nível de comprometimento. Ele sugeriu que a Hungria poderia preencher as lacunas na cadeia de suprimentos decorrentes dessa situação.
Nan-Dirk Mulder, especialista do Rabobank, corroborou essa visão, afirmando que o declínio ou a estagnação da produção na Europa Ocidental cria uma oportunidade ainda maior para a Hungria do que para outras regiões da Europa Central, dada a sua localização estratégica que facilita o acesso aos mercados da Europa Ocidental.
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Por outro lado, o crescimento da indústria avícola húngara pode ser prejudicado pela fragilidade das condições econômicas e pela piora da confiança do consumidor na China, o que pode alterar o equilíbrio do comércio exterior. As tarifas americanas sobre a importação de aves e as medidas retaliatórias impostas por outros países também devem desempenhar um papel crucial na configuração do comércio global de aves a curto prazo, conforme projetou Éder.
Mulder observou que a guerra tarifária introduz uma camada de incerteza no futuro do mercado europeu, com a possibilidade de os EUA aumentarem sua presença no mercado, mas também com a chance de os exportadores da UE encontrarem novas oportunidades no mercado chinês.
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Referência: Poultry World