O Ministério da Saúde do Camboja confirmou um novo caso humano de gripe aviária H5N1 em um menino de 6 anos, elevando o total para 13 casos confirmados no país em 2025. A criança, da aldeia de Bos Russey, na província de Tbong Khmum, testou positivo para o vírus na segunda-feira e está recebendo tratamento intensivo em um hospital local.
O ministério informou que o menino apresenta sintomas graves, incluindo febre, tosse, vômito, diarreia e dificuldade para respirar. Uma investigação revelou que ele havia visitado recentemente a casa de um parente onde cerca de 100 galinhas morreram, e ele teria levado uma das galinhas mortas para sua avó cozinhar. Aves doentes e moribundas também foram relatadas na aldeia.
Este é o nono caso de H5N1 registrado no Camboja desde junho, indicando uma aceleração geral da atividade do vírus desde 2023. Dos 13 casos confirmados este ano, seis foram fatais. Os casos se espalharam por 11 províncias, principalmente na metade sul do país.
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As autoridades de saúde continuam investigando o caso e coletando amostras de contatos próximos, que estão recebendo Tamiflu como precaução, seguindo o protocolo padrão do Camboja.
Cepas e Resposta Coordenada
Embora a cepa envolvida no caso mais recente ainda não seja confirmada, é provável que seja o clado 2.3.2.1c, uma variante endêmica no país. Casos separados envolvendo essa cepa ou variantes semelhantes também foram relatados em Bangladesh e na Índia este ano. Outra cepa, o clado 2.3.4.4b, tem ganhado atenção internacional desde 2022 devido à sua disseminação global e ao crescente número de infecções em mamíferos, incluindo humanos.
O H5N1 é conhecido por circular em aves domésticas no Camboja, e a maioria das infecções humanas está ligada a contato próximo com aves ou ambientes avícolas. Muitos dos casos humanos mais recentes no país apresentaram doenças graves ou fatais e envolveram uma recombinação (2.3.2.1e) entre um clado H5N1 mais antigo, que circula no Camboja desde 2014, e o vírus do clado 2.3.4.4b, mais recente.
O Ministério da Saúde, em colaboração com o Ministério da Agricultura e autoridades locais, está investigando as fontes de transmissão em animais e pessoas, buscando outros casos relacionados, distribuindo oseltamivir (Tamiflu) e educando os moradores sobre a ameaça da gripe aviária. Erik Karlsson, do Centro Nacional de Influenza e do Instituto Pasteur no Camboja, enfatizou que o país mantém um forte sistema de vigilância e resposta de Saúde Única, destacando que “uma ação coordenada entre os setores humano, animal e ambiental é essencial para detectar a disseminação precocemente e prevenir impactos mais amplos”.
Referência: Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota
