
Após um período marcado por instabilidade produtiva ao longo da década passada, a aquicultura do Espírito Santo voltou a registrar crescimento consistente e consolidou, em 2024, um novo ciclo de expansão. A produção estadual alcançou aproximadamente 7,1 mil toneladas, resultado que representa avanço de 73% em relação ao menor volume observado em 2017, quando a atividade registrou pouco mais de 3,7 mil toneladas.
O desempenho produtivo foi acompanhado por uma expressiva valorização econômica. O faturamento da aquicultura capixaba chegou a R$ 68,4 milhões em 2024, mais do que o dobro do resultado apurado em 2020, reflexo direto do aumento da escala produtiva, da organização dos sistemas de cultivo e da maior inserção do pescado no mercado.
A retomada do setor é sustentada quase integralmente pela tilapicultura. A espécie respondeu por mais de 99% de toda a produção estadual, com cerca de 7,03 mil toneladas produzidas ao longo do último ano. A forte predominância evidencia o alto grau de especialização da aquicultura no Espírito Santo, concentrada em sistemas produtivos tecnificados e orientados ao mercado. As demais espécies cultivadas têm participação residual, inferior a 1%, o que reforça o papel estratégico da tilápia na dinâmica do setor.
A produção está concentrada em municípios que aliam tradição agropecuária, assistência técnica e investimentos em tecnologia. Linhares (ES) lidera o ranking estadual, respondendo por quase metade do volume produzido, com cerca de 3,2 mil toneladas em 2024. Na sequência aparecem Domingos Martins (ES), com aproximadamente 1,4 mil toneladas, e Marechal Floriano (ES), que superou 550 toneladas. Municípios como Guarapari (ES), Muniz Freire (ES) e Alegre (ES) também ampliaram participação, impulsionados por sistemas produtivos adaptados às condições ambientais e logísticas locais.
O avanço da aquicultura capixaba está diretamente associado ao processo de modernização da atividade. A adoção de boas práticas de manejo, melhorias genéticas, uso de aeradores, nutrição animal balanceada e protocolos sanitários mais rigorosos tem elevado a produtividade e reduzido riscos sanitários. Esse conjunto de fatores permite maior regularidade de oferta, qualidade do produto e competitividade tanto no mercado interno quanto no fornecimento para a agroindústria.
Na avaliação do secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, a tilapicultura se consolida como um dos vetores mais promissores do agronegócio capixaba. Segundo ele, o crescimento observado reflete investimentos contínuos em tecnologia, capacitação de produtores e organização das cadeias produtivas, criando bases mais sólidas para a expansão sustentável da aquicultura no Espírito Santo.











