
Durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado na segunda-feira (11), Larissa Wachholz, Senior Fellow do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), destacou as transformações no comércio global de soja e os impactos diretos para o Brasil e seus principais concorrentes.
Segundo ela, nos últimos anos, o Brasil passou de um equilíbrio com os Estados Unidos para uma posição dominante nas exportações de soja à China, fornecendo cerca de 70% de todo o volume importado pelo país asiático, que gira em torno de 100 milhões de toneladas anuais. Já os EUA responderam, em 2024, por aproximadamente 20% a 21% dessas compras, equivalente à metade de suas exportações totais de soja.
Larissa relembrou que, no primeiro mandato de Donald Trump, Brasil e EUA dividiam de forma mais equilibrada o mercado chinês. A disputa comercial entre as duas potências levou a um acordo que previa aumento das compras chinesas de soja americana, mas o compromisso não foi cumprido por nenhum dos lados, sendo impactado também pela pandemia de Covid-19.
A especialista ressaltou que a ampliação da participação brasileira foi favorecida pela estratégia chinesa de diversificação de fornecedores, que reconhece a competitividade do setor nacional. Entretanto, ela alertou que Pequim não está confortável com a dependência elevada de importações, seja do Brasil ou dos EUA.
“A gente tem visto frases do presidente Xi Jinping nos últimos anos dizendo que o arroz na tigela dos chineses precisa ser produzido por mãos chinesas. Ao falar em arroz, ele se refere à produção agrícola como um todo”, pontuou Larissa, lembrando que a China vem implementando políticas públicas para reduzir essa dependência.











