
Observando um suíno de reprodução, (fêmea ou macho) com 150, 200 ou mais kg, e vendo a pequena área de apoio (cascos dos suínos), devemos cada vez mais nos preocupar com a qualidade do piso das baias, a nutrição e o manejo.
Embora os suínos sejam adaptados para se locomoverem em solos mais duros, garantir que não sofram com problemas locomotores e lesões nos cascos dentro de uma granja é uma tarefa importante que muitas vezes passa despercebida pelo produtor.
Porcas que apresentam crescimento excessivo das unhas, rachaduras, erosões nos cascos dos suínos e aumento exagerado das almofadas plantares, têm pior desempenho reprodutivo e, ainda, o crescimento desigual das unhas impacta significativamente na incidência de claudicação.
Nos machos, as lesões de casco – principalmente os posteriores – dependendo da gravidade, podem comprometer a qualidade das montas e até tornar o reprodutor incapaz de realizar as coletas de sêmen, ocasionando o descarte precoce e, assim, perdas na produção.
Medidas preventivas
1 – Nutrição:
Para que os cascos dos suínos possam se desenvolver perfeitamente, é necessário um balanço apropriado de vitaminas e minerais. Esses nutrientes estimularão o crescimento pleno das unhas e a formação adequada de queratina.
A biotina fortalece as estruturas que compõem os cascos e as almofadas dos suínos, além de auxiliar no tratamento das lesões dos cascos. É indicada a inclusão de no mínimo 0,3 mg/kg na dieta de animais em serviço. Caso sejam observadas lesões nos cascos, esse nível deve ser aumentado para 1 mg/kg da dieta (Cantarelli et al., 2014).
2 – Piso:
Pisos mais duros – como de concreto – porosos e irregulares, podem predispor rachaduras ou lesões nos cascos dos suínos, devido a abrasão do solo. Do mesmo modo, podem favorecer maior umidade no ambiente por não permitir o escoamento das fezes e da urina, promovendo a proliferação de bactérias e mantendo os cascos úmidos, amolecidos e doloridos.
Não devemos nos descuidar da qualidade dos ripados utilizados em nossa suinocultura, principalmente nas fases de reprodução, que são muitas vezes responsáveis pelas lesões e traumatismos nos cascos e dedos acessórios.
Entre as principais recomendações estão:
- Não ter superfícies muito lisas, abrasivas e com saliências;
- Não acumular matéria orgânica que sirva como habitat a bactérias e parasitas;
- Não se deformar com o passar do tempo;
- Além do custo do investimento no piso, o suinocultor deve considerar os benefícios na saúde do aparelho locomotor, dos cascos e no bem-estar dos animais.
3 – Manejo
O casqueamento (apara dos cascos dos suínos) pode contribuir com a melhora na locomoção dos suínos, além de impedir que o casco cresça demais e ocasione problemas futuros. Esse procedimento contribui também com a longevidade dos animais.
O manejo dos lotes, respeitando o número adequado de suínos por baia, também evita briga entre os animais, que podem resultar em lesões nas partes locomotoras.
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