
Em um movimento pioneiro na região, o Marrocos oficializou o início de pesquisas para o uso de extratos de cannabis na nutrição animal. A Agência Nacional para a Regulamentação das Atividades Relacionadas com a Cannabis (órgão estatal) assinou um acordo com o Instituto Agrícola e Veterinário Hassan II para desenvolver, nos próximos 10 meses, uma formulação industrial de ração contendo Canabidiol (CBD).
O objetivo central é validar cientificamente o CBD como uma alternativa eficaz e natural aos antibióticos promotores de crescimento, focando na melhoria da atividade imunológica e na proteção antimicrobiana das aves.
A iniciativa não é apenas científica, mas estratégica para a economia local. O mercado avícola marroquino vive um “boom”, com previsão de crescimento de 20% até 2030, impulsionado pela urbanização e aumento do consumo de proteínas.
Como o uso de antibióticos no país já é rigidamente controlado por questões de segurança alimentar, a busca por aditivos naturais tornou-se uma prioridade.
Além da eficácia zootécnica, o estudo terá um braço financeiro: os pesquisadores deverão calcular os custos de produção e o impacto real na rentabilidade das granjas ao adotar essa nova dieta.
O projeto marroquino se apoia em precedentes promissores. Em 2022, a Universidade de Chiang Mai, na Tailândia, conduziu testes similares que mostraram resultados surpreendentes: frangos alimentados com cannabis apresentaram menor mortalidade, maior ganho de massa corporal e carne com melhores níveis de proteína e gordura.
Ao replicar e adaptar essa tecnologia, o Marrocos busca se posicionar como um hub de inovação avícola na interface entre a Europa e a África Ocidental, unindo sustentabilidade e produtividade.
Referência: Poultry World











