
Um cenário de incerteza tomou conta do mercado de ovos na Geórgia (país do Cáucaso) nas últimas semanas. De um lado, a mídia local e agricultores relatam uma grave escassez do produto nas prateleiras, atribuída a surtos da cepa H9N2 da Gripe Aviária em granjas industriais. Do outro, autoridades do governo e representantes do setor negam a existência de surtos recentes e classificam a falta de produto como um problema logístico pontual somado ao “pânico” dos consumidores.
O vírus teria atingido diversas propriedades, forçando o país, que até então era autossuficiente, a importar ovos da Armênia e da Turquia para cobrir o rombo na oferta. Embora a cepa H9N2 tenha baixa mortalidade e raramente afete humanos, ela causa queda brusca na postura, gerando prejuízos econômicos severos. O jornal Kartuli reforça o cenário de crise, apontando o desaparecimento completo dos ovos em supermercados de algumas cidades.
Contradizendo essas informações, a Associação de Desenvolvimento Avícola afirma que a produção local cresceu em relação ao ano anterior (estimada em 700 milhões de unidades) e que não há falta estrutural de produto. Zurab Uchumbegashvili, chefe da entidade, argumenta que as prateleiras vazias resultam de uma transição de fornecedores: com a redução das importações da Turquia (que agora prioriza vender para os EUA, onde o lucro é maior), o mercado interno está se ajustando.
Para a indústria, a situação deve se normalizar entre janeiro e fevereiro de 2026. A explicação oficial sustenta que a percepção de escassez foi amplificada pelo comportamento dos cidadãos, gerando uma corrida desnecessária aos supermercados. Enquanto isso, a Agência Nacional de Alimentos mantém a posição de que nenhum surto oficial de gripe aviária foi registrado recentemente, mantendo o impasse nas narrativas.
Referência: Poultry World











