
Em um movimento de diplomacia empresarial, Joesley Batista, um dos controladores da J&F (holding da JBS), viajou a Caracas na última semana com o objetivo de mediar a escalada de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. Segundo fontes próximas, o empresário reuniu-se com Nicolás Maduro em 23 de novembro para tentar convencer o líder venezuelano a considerar o pedido de renúncia feito pelo presidente Donald Trump, visando uma transição pacífica de poder e evitando um conflito militar iminente.
A iniciativa de Batista ocorre em um momento crítico. Os EUA intensificaram sua presença militar na América Latina e realizaram ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas ligadas ao regime de Maduro. Trump reiterou recentemente a ameaça de ataques terrestres, classificando o governo venezuelano como ilegítimo e conivente com o narcotráfico. Embora a Casa Branca estivesse ciente da viagem de Batista, fontes afirmam que ele agiu por iniciativa própria. A J&F declarou oficialmente que Joesley “não é representante de nenhum governo”.
Batista desponta como uma figura singular capaz de transitar entre os dois polos. Nos EUA, a JBS é um player estratégico, controlando a Pilgrim’s Pride e empregando mais de 70 mil pessoas na América do Norte. A empresa recentemente obteve autorização para listar ações em Nova York e fez doações significativas para a posse de Trump. Paralelamente, a família Batista mantém relações históricas com a Venezuela, tendo negociado no passado contratos bilionários de fornecimento de carne com o governo Maduro, intermediados por figuras-chave do chavismo como Diosdado Cabello.
A tentativa de mediação de Batista soma-se a outros esforços internacionais, mas enfrenta um cenário de ceticismo. O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, expressou dúvidas sobre a viabilidade de um acordo com Maduro, citando quebras de compromisso anteriores. A pressão sobre Caracas aumentou ainda mais após a visita do empresário brasileiro, com o governo Trump designando o “Cartel de los Soles”, supostamente liderado por Maduro, como organização terrorista estrangeira.
Referência: Invest News












