
O mercado de suínos no Brasil segue exibindo um raro período de estabilidade. Levantamentos do Cepea, divulgados em 4 de dezembro de 2025, mostram que os preços do suíno vivo no estado de São Paulo permanecem próximos de R$ 8/kg desde o início de outubro. Em importantes polos produtores como Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina, esse patamar vem sendo observado desde meados de setembro, indicando um mercado alinhado e sem grandes oscilações nas últimas semanas.
De acordo com o Centro de Pesquisas, esse cenário está diretamente ligado ao equilíbrio entre oferta e demanda. Frigoríficos têm demonstrado interesse contínuo na aquisição de novos lotes para abate, enquanto a disponibilidade de animais por parte dos produtores se ajusta de maneira eficiente, evitando a formação de excedentes ou escassez. Essa sintonia entre os elos da cadeia garante preços firmes e previsibilidade ao setor.
Alguns agentes consultados pelo Cepea apontam que o atual nível de preços pode sinalizar rentabilidade positiva ao suinocultor, ao mesmo tempo em que a indústria mantém fluidez na ponta final do consumo, preservando margens e assegurando abastecimento.
No mercado internacional, o destaque é a demanda externa aquecida pela carne suína brasileira. Pesquisadores do Cepea chamam atenção para a interrupção dos embarques da Espanha, após a confirmação de casos de Peste Suína Africana (PSA) no país europeu. A Espanha ocupa posição central no cenário global: é o maior produtor de carne suína da União Europeia e, em 2023, foi o principal exportador mundial da proteína quando o bloco europeu é considerado individualmente.
Com a suspensão das exportações espanholas, o Brasil pode ganhar terreno em mercados estratégicos, ampliando participação e fortalecendo sua presença nas negociações internacionais. A expectativa é que a combinação entre estabilidade doméstica e demanda global crescente crie um ambiente favorável ao setor suinícola brasileiro nas próximas semanas.











