Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 67,61 / kg
Soja - Indicador PRR$ 135,44 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 141,13 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,81 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,81 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,44 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,45 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,25 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,37 / kg
Ovo Branco - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 137,19 / cx
Ovo Branco - Regional BrancoR$ 137,72 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 147,67 / cx
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 150,07 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 129,20 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 140,75 / cx
Frango - Indicador SPR$ 8,11 / kg
Frango - Indicador SPR$ 8,12 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.197,06 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.044,16 / t
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 144,77 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 134,58 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 128,16 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 145,38 / cx

Revista

A qualidade total na biosseguridade (qtb) com foco na prevenção e alinhamento à teoria U na Avicultura Industrial de Outubro

A qualidade total na biosseguridade (qtb) é essencial para reduzir o uso de antibióticos na produção animal e prevenir doenças

A qualidade total na biosseguridade (qtb) com foco na prevenção e alinhamento à teoria U na Avicultura Industrial de Outubro

A avaliação do progresso mundial no combate à resistência antimicrobiana aponta a biossegurança como medida essencial para reduzir o uso de antibióticos na produção animal e destaca lacunas na implementação em países de baixa e média renda (WHO, 2006).

Análise global sobre doenças infecciosas emergentes revela que mais de 60% têm origem zoonótica. A pesquisa associa o aumento desses eventos à intensificação da produção animal e ao desequilíbrio ambiental, reforçando a necessidade de práticas preventivas como biossegurança e vigilância epidemiológica (JONES et al, 2008).

As estratégias de controle da Salmonella em aves, com foco em medidas preventivas dentro e fora da granja e destaca a importância da biossegurança no controle de roedores, higiene ambiental e vacinação como ferramentas integradas para reduzir a prevalência da bactéria nos plantéis (HAFEZ, 2013).

A biosseguridade é o pilar fundamental para a prevenção de doenças infecciosas em animais de produção. A epidemiologia é o pilar para a biosseguridade. Os autores defendem uma abordagem sistêmica, integrando treinamento, estrutura física e vigilância contínua. Aponta a prevenção como estratégia mais eficaz e econômica que o tratamento reativo (DEWULF et al, 2018).

Relativamente à análise de medidas de biossegurança adotadas para controle da influenza aviária em granjas comerciais, foi demonstrado que a implementação de protocolos rigorosos de prevenção, especialmente nas áreas de acesso de pessoas e ambiência, reduziu significantemente os surtos em perus e codornas. O trabalho reforça a importância de medidas preventivas sistemáticas para proteger a avicultura industrial (DELPONT et al, 2021).

O Livro seminal apresenta a Teoria U, um modelo de liderança e inovação social baseado em escuta profunda, abertura ao futuro emergente e cocriação. Propõe transformar sistemas obsoletos por meio da presença consciente, superando o pensamento linear e reativo tradicional (SCHARMER, 2010). 

A Importância da Teoria U na Biosseguridade na Criação de Aves:

A Teoria U, desenvolvida por SCHARMER do MIT/USA, propõe uma jornada de transformação em cinco estágios: a) co-iniciar, b) co-sentir, presenciar, co-criar e co-realizar. Essa abordagem é especialmente poderosa na gestão da biosseguridade avícola, onde práticas rotineiras muitas vezes não acompanham as necessidades reais de prevenção e resposta.

SCHARMER , em seu  o livro sobre a Teoria U, propõe uma abordagem de transformação profunda baseada em escuta, reflexão coletiva e co-criação. Fundamenta a aplicação da Teoria U em diversos campos, inclusive saúde e agricultura (SCHARMER, 2009).

SCHARMER & KAUFER aprofundam os conceitos da Teoria U, propondo uma transição de uma economia centrada no ego para uma baseada em ecossistemas. Oferece base para compreender como mudanças estruturais em sistemas de produção podem surgir a partir da consciência coletiva (SCHARMER & KAUFER, 2013).

SILVA et al mostram que indicadores de biosseguridade na avicultura de corte é uma abordagem participativa de indicadores melhora o desempenho dos programas de biosseguridade, sugerindo sinergia com princípios da Teoria U (SILVA, J. A. et al. (2022).

A criação de programas de Qualidade Total na Biosseguridade (QTB) é um exemplo atual de aplicação da Teoria U na Medicina Veterinária. Em vez de agir apenas no controle de doenças, algumas integrações estão ‘descendo pelo U’, ouvindo o sistema, percebendo as causas sistêmicas de falhas sanitárias e soltando práticas obsoletas. O presencing acontece quando se reconhece que a biosseguridade deve ser preventiva, integrada e educativa, criando um novo campo de atuação.

Outro exemplo é a substituição de métodos como compostagem de aves mortas por câmaras de congelamento e reciclagem segura. Essa mudança representa um salto de consciência — da tolerância ao risco sanitário para a valorização da vida e da prevenção coletiva. A decisão de mudar essas práticas ocorre quando os gestores se conectam com um futuro que ainda não existe plenamente, mas que pode ser cocriado.

Esses exemplos mostram que, quando há abertura para escutar profundamente, soltar o passado e permitir que um novo futuro emerja, transformações profundas se tornam possíveis – seja na sociedade, na ciência ou na saúde animal.

A seguir, destacam-se os principais pontos com exemplos práticos:

a. Suspender padrões automáticos (co-iniciar): 

Exemplo: em muitas granjas, os pedilúvios são utilizados apenas por hábito, com soluções desinfetantes vencidas ou ineficazes. Ao suspender esse padrão automático, a equipe decide investigar a real eficácia da barreira sanitária e propõe reformulações no protocolo.

b. Ver com novos olhos (co-sentir):

Exemplo: ao ouvir relatos dos tratadores, a equipe técnica percebe que o fluxo de veículos na granja não respeita as zonas de biosseguridade. Com base nisso, redesenha a logística de acesso com barreiras físicas e sinalização.

c. Interiorizar e conectar com a intenção (presencing):

Exemplo: um treinamento com todos os envolvidos na produção promove reflexão sobre o propósito da biosseguridade. Técnicos relatam maior senso de responsabilidade ao compreenderem que sua atuação evita surtos e protege a cadeia produtiva.

d. Cristalizar o futuro desejado (co-criar):

Exemplo: com base nas reflexões anteriores, a granja cria um comitê de biosseguridade que inclui representantes de todos os setores. Juntos, definem os novos indicadores de monitoramento e metas mensais.

e. Prototipar / Criar um protótipo e atuar com eficácia (co-realizar):

Exemplo: a equipe testa um novo protocolo de desinfecção da cama de frango antes do primeiro uso, utilizando termo-desinfecção. Após três lotes, os dados mostram redução de 95% na contaminação por *Salmonella spp.*, validando a nova prática.

Conclusão: a aplicação da Teoria U transforma a biosseguridade de um conjunto de regras em um processo vivo, participativo e preventivo. Ao envolver todos os atores na construção das soluções, fortalece-se a cultura de Qualidade Total na Biosseguridade (QTB) e amplia-se a efetividade das medidas adotadas.

2ª PARTE – ANTIMICROBIANOS

Este artigo analisa o papel dos prebióticos na prevenção de infecções gastrointestinais, com foco em como fibras fermentáveis podem modular a microbiota intestinal e melhorar a resistência a patógenos, representando alternativa não farmacológica aos antibióticos (GIBSON & RASTALL, 2004).

Revisão sobre o uso de fitogênicos (extratos vegetais) como aditivos naturais em rações. Os autores discutem os efeitos antimicrobianos, anti-inflamatórios e estimulantes da digestão desses compostos como substitutos eficazes de antibióticos promotores de crescimento (WINDISCH et al, 2008).

Este estudo discute a resistência antimicrobiana relacionada ao uso veterinário e apresenta alternativas como probióticos, óleos essenciais, peptídeos antimicrobianos e bacteriófagos, com destaque para evidências de eficácia e segurança (CHENG et al, 2014).

Meta-análise que demonstra os benefícios de probióticos à base de Bacillus spp. na saúde intestinal e desempenho produtivo de aves. Os resultados sustentam seu uso como alternativa confiável aos antibióticos (LAN et al, 2020).

Revisão brasileira que aborda o uso integrado de aditivos naturais como ferramentas sanitárias e zootécnicas em substituição ao uso preventivo de antibióticos em avicultura comercial (PAIVA et al, 2016).