
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (30/10) ter chegado a um acordo “incrível” com o líder chinês, Xi Jinping, que culminará na redução das tarifas americanas sobre produtos da China. Em contrapartida, Pequim se comprometeu a retomar a compra de soja americana, garantir o fluxo de exportações de terras raras e intensificar o combate ao tráfico de fentanil.
O encontro de duas horas foi o primeiro presencial entre os dois líderes desde 2019 e ocorreu à margem da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), realizada em uma base aérea na cidade sul-coreana de Busan. Trump classificou a reunião como um “grande sucesso”.
Redução de Tarifas e Concessões Chinesas
Trump informou que o acordo prevê a redução das tarifas americanas sobre produtos chineses de 57% para 47%. Em troca, a China fará concessões em áreas estratégicas:
- Terras Raras: Pequim confirmou que suspenderá por um ano a implementação dos controles de exportação sobre terras raras e outros materiais estratégicos, adotados em 9 de outubro. A manutenção desse fluxo é crucial, pois a China domina a produção global desses minerais essenciais para diversas indústrias. Recentemente, Trump havia ameaçado impor uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses devido aos obstáculos nessas exportações.
- Soja e Agricultura: A China se comprometeu a comprar “grandes quantidades” de soja americana e outros produtos agrícolas “imediatamente”.
- Fentanil: Pequim prometeu intensificar o combate ao tráfico do opioide sintético fentanil.
O acordo permanecerá em vigor por pelo menos um ano.
Alívio para o Agronegócio Americano
O setor agrícola dos EUA, especialmente os produtores de soja, foi um dos mais atingidos pela guerra comercial. No primeiro semestre de 2025, os produtores americanos registraram uma queda de US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões) no comércio de soja com a China em comparação com o mesmo período de 2024. Tradicionalmente, a China é a maior compradora de soja dos EUA, chegando a adquirir quase metade da safra em 2024, mas as tarifas retaliatórias chinesas paralisaram as vendas a partir de maio.
Xi Jinping, por sua vez, confirmou ter chegado a um “consenso” com Trump para resolver as disputas comerciais, solicitando que o trabalho subsequente seja concluído “o mais rápido possível”, segundo a mídia estatal chinesa.
Após o encontro, Trump elogiou Xi como “um líder extraordinário de um país muito poderoso” e anunciou que visitará a China em abril.
Referência: TERRA











