
O verão trouxe otimismo e preços firmes para o mercado suinícola norte-americano. Segundo o World Swine Market Report, a combinação de demanda aquecida, custos de alimentação sob controle e oferta reduzida deve garantir margens positivas para a maioria dos produtores nos próximos seis a oito meses, com lucros projetados entre US$ 20 e US$ 30 por animal.

Tabela mundial de preços de suínos em 24 de julho de 2025. Fonte: Genesus
O fortalecimento do mercado de carne bovina, impulsionado por uma oferta historicamente baixa, também contribuiu para a valorização da carne suína. Mesmo com os preços da suinocultura em alta, alguns cortes bovinos chegam a custar três a quatro vezes mais, evidenciando a disposição dos consumidores a pagar mais pela proteína bovina.
Um fator determinante para o recente rali de preços foi a diferença entre as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a realidade. Em 2025, o órgão estimou aumento de 1% no abate de suínos, mas o volume real está 2% menor — uma diferença de 3% em relação ao previsto, ou cerca de 3,7 milhões de animais a menos no mercado. Essa discrepância reduziu a oferta de carne suína e sustentou os preços.
No entanto, a crítica do setor recai sobre o impacto negativo que essas previsões incorretas tiveram no início do ano. Com base nas projeções do USDA, o mercado precificou um cenário de maior oferta, derrubando os preços e pressionando produtores que fecharam contratos antecipados no primeiro trimestre.
De acordo com o analista Spencer Long, o USDA superestimou os números de abate no início de cada ano nos últimos cinco anos, resultando em cerca de 770 mil toneladas (1,7 bilhão de libras) a menos de carne suína no mercado do que o projetado. Embora a oferta menor seja positiva para a sustentação dos preços, a falta de precisão nas estimativas atrasa a recuperação do setor.
Com a atual conjuntura favorável e menor número de animais disponíveis, o mercado suinícola dos EUA inicia o segundo semestre com perspectivas de rentabilidade, mas ainda com o desafio de lidar com as consequências de previsões oficiais equivocadas.











