
As indústrias suínas da Bélgica e da França expressaram grande preocupação após o anúncio da China de impor tarifas de importação sobre a carne suína europeia. Ambas temem consequências financeiras e uma situação de crise, e pedem uma resposta firme da União Europeia. A Bélgica foi duramente afetada com uma tarifa de 62,4%, a mais alta da faixa, porque seus exportadores supostamente não cooperaram com a investigação chinesa. A associação belga Pork.be, no entanto, argumenta que isso é impossível, pois a Bélgica não exportou carne suína para a China em 2023 devido a uma proibição anterior relacionada à Peste Suína Africana (PSA).
O presidente da Pork.be, Filip Fontaine, afirmou que os novos impostos não afetam apenas os exportadores, mas toda a cadeia de valor. Ele solicitou às autoridades belgas e da UE uma resposta firme e rápida para “reparar os danos no comércio”, alertando que a situação pode levar a uma nova crise no setor suinícola belga. O maior sindicato de agricultores da Bélgica, Boerenbond, também teme que a história se repita, afirmando que a alta taxação representa, na prática, uma interrupção total da exportação para a China.
Na França, a indústria suína também expressou sérias preocupações. Os impostos de importação podem variar de 20% a mais de 60%, dependendo da empresa. A Inaporc, organização suína, tem alertado para as “consequências dramáticas” dessa decisão, que coloca todo o setor em risco. A França exportou 115.000 toneladas de carne suína para a China no ano passado e agora teme um “efeito bumerangue”, com mais carne disponível no mercado europeu. O custo estimado para a indústria suína francesa é de €200 a €400 milhões em perdas.
A reação não se limitou aos países afetados. O Parlamento Europeu também respondeu às tarifas chinesas, com todos os grupos políticos condenando a medida. Os parlamentares pediram à Comissão Europeia que submeta as taxas à Organização Mundial do Comércio (OMC) e que crie um fundo de crise para compensar os suinocultores.
Referência: Pig Progress