Há quase sete décadas, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) iniciava sua jornada em Estrela (RS), marcando um capítulo essencial na evolução da suinocultura brasileira. A partir de 1955, a ABCS lidera ações que auxiliam o desenvolvimento da suinocultura nacional. Em entrevista à Tv Agrimídia, Charli Ludtke, médica-veterinária e diretora técnica comercial da ABCS, comenta parte desta trajetória da entidade e pontos cruciais na produção suinícola nas últimas décadas.
Transformações na suinocultura: do porco banha para o suíno light
A suinocultura brasileira não foi apenas testemunha, mas protagonista de significativas transformações sob a tutela da ABCS. Ludtke destaca: “Conseguimos resolver muitas doenças de alto impacto, não só no melhoramento genético. Passamos do porco banha para o suíno light, incorporando a inseminação artificial e buscando não apenas ser importadores, mas também exportadores de material genético.”
O aprimoramento do rebanho suíno no país revolucionou desde a genética até a abordagem na criação. “Na década de 50, muitos produtores decidiram criar uma entidade representativa, apoiada pela indústria. Tínhamos os primeiros SIFs e frigoríficos, iniciando a importação de animais e reprodutores. Ao longo desses quase 70 anos, a ABCS registrou quase 8 milhões de reprodutores por meio do registro genealógico.”
A médica-veterinária ressalta também as vitórias sobre doenças como a febre aftosa e a peste suína clássica: “Driblamos a aftosa e estamos caminhando para sermos livres sem vacinação. Enfrentamos a peste suína africana e hoje nos resguardamos.”
ABCS EM AÇÃO
Desde 2005, a ABCS tem sua sede executiva em Brasília (DF), onde conduz trabalhos administrativos e equipes de política, técnica e marketing. Essa mudança estratégica fortaleceu parcerias com instituições como Sebrae, Senar e associações afiliadas, consolidando a ABCS como referência no setor.
Nos últimos anos, a aproximação com a Frente Parlamentar da Agropecuária e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) possibilitou à ABCS ser atendida em suas reivindicações, demonstrando o papel crucial da associação na defesa e promoção da suinocultura brasileira.