
A política comercial agressiva do governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, está gerando ondas de choque nos mercados de suínos da Ásia e da América do Norte. O movimento duplo visa reduzir o déficit comercial americano e renegociar acordos estratégicos, colocando produtores da Tailândia e do Canadá em estado de alerta máximo diante da ameaça de tarifas e da entrada massiva de carne suína americana barata.
Na Tailândia, o setor vive um momento crítico. Washington exige que o país asiático zere as tarifas para a entrada de 10.000 produtos americanos, incluindo a carne suína, e elimine barreiras sanitárias, visando equilibrar um déficit comercial de US$ 45,5 bilhões. Em contrapartida, os EUA impuseram uma tarifa de 19% sobre importações tailandesas.
A Associação de Criadores de Suínos da Tailândia alerta que o mercado local, avaliado em US$ 3 bilhões, não suportará a concorrência. “Os produtores não conseguirão sobreviver. Isso afetará desde quem planta a ração até vendedores de medicamentos veterinários”, desabafou Worawut Siripun, vice-secretário da entidade. Além da questão econômica, as tarifas estariam sendo usadas como pressão política para forçar a Tailândia a negociar a paz com o Camboja, após a retomada de hostilidades na fronteira em dezembro.
Já na América do Norte, a tensão gira em torno da renovação do acordo CUSMA (Canadá-EUA-México), prevista para julho de 2026. Produtores canadenses temem que o novo tratado traga taxas inéditas sobre a carne suína. A situação é dramática para províncias como Manitoba, que envia mais de 3 milhões de suínos vivos anualmente para engorda nos EUA.
A organização Manitoba Pork foi enfática: não há mercado alternativo capaz de absorver esse volume. “Se perdermos a proteção do CUSMA, nossas comunidades sentirão o impacto econômico devastador”, afirmou a entidade, ecoando o medo de analistas de que tarifas sobre o setor sejam inevitáveis na renegociação.
Referência: Pig Progress











