
Na edição nº 932 da Avicultura Industrial, publicada em 1987, um dos destaques foi a história da influenza aviária, uma doença que impacta a avicultura global há mais de um século. Desde seus primeiros registros na Itália, em 1878, até as medidas preventivas adotadas no Brasil na década de 1980, a matéria aborda os desafios e aprendizados acumulados ao longo dos anos. Este TBT Agrimidia relembra como a revista destacou a importância da biossegurança para proteger o setor avícola e garantir a competitividade brasileira no mercado internacional.

Confira o texto na íntegra:
A influenza aviária teve seus primeiros registros em 1878, na Itália, quando foi descrita uma doença grave em aves, caracterizada por sintomas respiratórios, nervosos e entéricos, acompanhados de alta mortalidade. Inicialmente chamada de peste aviária, a enfermidade levou mais de 20 anos para que seu agente causador fosse identificado como um vírus. Desde então, a peste aviária tornou-se uma das principais doenças avícolas, causando grandes prejuízos em diversas partes do mundo.

O impacto da influenza não se limitou às aves. Em 1918, o mundo enfrentou um surto devastador que atingiu os humanos, resultando na morte de mais de 21 milhões de pessoas. Na mesma época, surtos em suínos foram registrados nos Estados Unidos e na Hungria, embora a relação entre as infecções humanas e suínas ainda fosse incerta. A etiologia viral só foi definida posteriormente: em 1930 para os suínos e em 1933 para os humanos.
Em 1955, o vírus da peste aviária foi classificado como pertencente ao tipo A, marcando um avanço no entendimento da doença. Naquele período, o vírus tipo A foi isolado em patos na Ásia e na Europa, evidenciando sua ampla distribuição geográfica.
A Influenza Aviária na Avicultura
A influenza aviária é uma infecção viral que afeta aves domésticas, como frangos e perus, e aves silvestres. Os sintomas variam amplamente, desde leves problemas respiratórios até formas altamente virulentas que resultam em alta mortalidade. Nos Estados Unidos, surtos significativos foram registrados a partir de 1929, com novos casos isolados em perus durante os anos 1960 e 1970. Um dos maiores surtos ocorreu em Minnesota em 1979, causando grandes perdas econômicas.
A Doença no Brasil
No Brasil, até 1986, não havia casos confirmados de influenza aviária em aves comerciais, mas o país adotou medidas preventivas rigorosas para evitar a entrada do vírus. Em 1983, devido ao surto nos Estados Unidos, o Ministério da Agricultura proibiu temporariamente a importação de material avícola proveniente daquele país. Essa medida, apoiada por entidades como a APINCO, foi fundamental para proteger o setor avícola brasileiro.

Com o controle da doença nos Estados Unidos, a importação foi retomada de forma restrita e segura em 1986. Embora o Brasil ainda não tenha registrado casos de influenza aviária, a vigilância e as medidas de biossegurança permanecem essenciais para manter a sanidade do plantel avícola nacional e garantir a competitividade do setor no mercado internacional.
A história da influenza aviária evidencia a necessidade de monitoramento constante e respostas rápidas para mitigar seus impactos tanto na saúde animal quanto na humana.











