
Uma análise genética conduzida pelo Instituto de Pesquisa Biomédica (IRB Barcelona) trouxe uma reviravolta na investigação do surto de Peste Suína Africana (PSA) na Catalunha.
O sequenciamento do vírus detectado nos javalis de Cerdanyola revelou que ele não corresponde a nenhuma das estirpes armazenadas no centro de pesquisa vizinho, o IRTA-CReSA. Embora o governo catalão trate os dados com cautela aguardando a validação final do laboratório de referência em Madri, o achado enfraquece a hipótese de um vazamento acidental das instalações científicas, que já haviam sido auditadas e consideradas seguras.
A complexidade do caso aumentou com a descoberta de que o patógeno em circulação é, na verdade, uma “nova variante” de baixa virulência. O DNA analisado não bate com nenhuma das 800 variantes de PSA catalogadas mundialmente. Sua “parente” mais próxima é a cepa da Geórgia, mas com uma distância genética significativa de 27 mutações.
Segundo Toni Gabaldón, pesquisador do IRB, isso sugere que o vírus evoluiu silenciosamente através de mutações acumuladas, e a origem exata da introdução desse agente na natureza pode nunca ser descoberta, permanecendo no campo das hipóteses.
Enquanto a ciência tenta rastrear a origem, as autoridades sanitárias lutam para conter o avanço físico da doença. O Ministério da Agricultura da Espanha confirmou a morte de mais dois animais, elevando para 29 o número total de javalis infectados.
Como os casos estão concentrados geograficamente, a zona de risco permanece em um raio de 6 km. Nesta área, o acesso humano a parques naturais e florestas segue estritamente proibido para evitar a dispersão mecânica do vírus, visando proteger os suínos domésticos de uma eventual contaminação.
Referência: Catalan News












