
A China continua relutante em comprar soja dos Estados Unidos, mesmo após as negociações de alto nível na Espanha na semana passada. Em um relatório divulgado nesta quinta-feira (18/9) pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a China não foi listada como compradora do grão americano na semana entre 5 e 11 de setembro.
Em um ano típico, neste período de entressafra no Hemisfério Sul, os chineses compram o produto americano semanalmente. No mesmo período de 2024, compradores chineses já haviam reservado entre 12 e 13 milhões de toneladas de soja dos EUA. Desta vez, reservaram 7,4 milhões de toneladas de soja da América do Sul para embarques em outubro, e apenas 1 milhão para novembro.
A guerra comercial do presidente Donald Trump com a China mudou a dinâmica do comércio. A American Soybean Association (ASA) afirma que a tarifa total que a China cobra sobre a soja americana chega a 34%, tornando-a mais cara que a brasileira, mesmo com a soja americana custando menos por bushel. A ASA argumenta que a falta de interesse chinês não é apenas uma questão de preço, mas uma forma de pressionar o governo Trump em temas como propriedade intelectual, microchips e acesso ao mercado chinês.
O USDA reduziu sua estimativa de exportação de soja pelos americanos para 45,86 milhões de toneladas na safra 2025/26. Jack Scoville, do Price Futures Group, ressalta que “a China ainda não comprou soja dos EUA nesta nova safra e os comerciantes estão preocupados de que a demanda seja muito menor este ano”. Ele acrescenta que a China tem absorvido quase toda a exportação da América do Sul. A AgResource reforça que a China continuará evitando a soja americana.
Como consequência desse cenário, os preços da soja continuam em baixa na bolsa de Chicago, com os contratos para novembro recuando 0,5%, negociados a US$ 10,4125 por bushel. O andamento da colheita de soja nos EUA, com tempo seco predominante, também adiciona pressão aos valores.











