Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 67,52 / kg
Soja - Indicador PRR$ 134,57 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 140,08 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,72 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,86 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,44 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,41 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,27 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,37 / kg
Ovo Branco - Regional Gande São Paulo (SP)R$ 137,33 / cx
Ovo Branco - Regional Grande BH (MG)R$ 137,59 / cx
Ovo Vermelho - Regional Gande São Paulo (SP)R$ 147,67 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande BH (MG)R$ 149,53 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 129,15 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 140,75 / cx
Frango Congelado - Indicador SPR$ 8,05 / kg
Frango Resfriado - Indicador SPR$ 8,04 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.192,33 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.042,79 / t
Ovo Vermelho - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 145,04 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 134,51 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 127,01 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 145,98 / cx

Internacional

China exige que EUA suspendam tarifas de Trump e promete contramedida

Seis novas plantas do Paraná são habilitadas para exportar carne de frango para a China. Foto: Jonathan Campos / AEN
Seis novas plantas do Paraná são habilitadas para exportar carne de frango para a China. Foto: Jonathan Campos / AEN

A China respondeu às novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quinta-feira, exigindo que o governo americano cancele imediatamente as medidas e prometendo contramedidas para salvaguardar seus próprios interesses.

O Ministério do Comércio da China declarou em comunicado que a ação dos EUA ignora o equilíbrio de interesses estabelecido em negociações comerciais multilaterais e desconsidera os benefícios que o país tem obtido do comércio internacional.

“A China se opõe firmemente a isso e tomará contramedidas para proteger seus próprios direitos e interesses”, afirmou o ministério, intensificando a iminente guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que poderá perturbar as cadeias de suprimentos globais.

Na quarta-feira, Trump anunciou que a China enfrentaria uma tarifa de 34% adicional aos 20% já impostos anteriormente, elevando o total das novas taxas para 54%, próximo do valor de 60% que ele havia ameaçado durante a campanha.

A partir de sábado, os exportadores chineses e de outros países enfrentarão uma tarifa base de 10% em quase todos os produtos enviados para os EUA, e em 9 de abril, entrarão em vigor as tarifas recíprocas restantes, ainda mais elevadas.

Além disso, Trump assinou uma ordem executiva eliminando a isenção “de minimis”, que permitia a entrada nos EUA de pacotes de baixo valor da China e de Hong Kong sem impostos.

Trump ordenou ao Representante Comercial dos EUA que avaliasse o cumprimento dos compromissos da China sob o acordo comercial de “Fase 1” de 2020 até 1º de abril. O acordo exigia que a China aumentasse as compras de exportações dos EUA em US$ 200 bilhões, mas o país não conseguiu atingir as metas devido ao impacto da pandemia de COVID-19.

Potenciais Impactos e Reações:

Especialistas alertam que as tarifas de Trump podem ter amplas consequências, prejudicando não apenas a China, mas também outras economias.

Ruby Osman, especialista em China do Instituto Tony Blair para Mudança Global, argumenta que as tarifas de Trump em outros países causarão “mais dores de cabeça”, já que muitas empresas chinesas redirecionaram o comércio através de países como Vietnã e México para evitar sanções americanas. No entanto, esses mercados também serão afetados pelas novas tarifas.

Jens Eskelund, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, observa que embora muitas empresas tenham ajustado suas cadeias de suprimentos para reduzir a exposição às tensões comerciais entre EUA e China, uma “reestruturação subsequente das cadeias de suprimentos não será possível da noite para o dia”.

Embora as tarifas possam incentivar a China a intensificar o comércio com mercados alternativos, nenhum outro país se compara ao poder de consumo dos EUA, onde os produtores chineses vendem mais de US$ 400 bilhões em produtos anualmente.

William Hurst, professor da Universidade de Cambridge, prevê que as tarifas “certamente não ajudarão as empresas chinesas e causarão alguns problemas reais em alguns setores, mas não deixarão nenhuma marca definitiva na economia chinesa”. Ele acrescenta que as tarifas americanas podem impulsionar o comércio chinês com outros mercados, da Europa à África e ao Sudeste Asiático.

No entanto, alguns produtores chineses descrevem a mudança para mercados alternativos como uma “corrida de ratos”, que leva a guerras de preços entre exportadores e aumenta o risco de forças deflacionárias na economia chinesa.

A China manteve sua meta de crescimento econômico em “cerca de 5%” para este ano, apesar da ameaça de tarifas de Trump, que poderiam prejudicar a recuperação impulsionada pelas exportações em andamento desde o fim da pandemia.

O governo chinês planeja responder com mais estímulos fiscais, aumento da emissão de dívida, maior flexibilização monetária e maior ênfase no aumento da demanda interna.

Os analistas sugerem que a China estava preparada para a imposição das tarifas, e que os anúncios de estímulo “relativamente contidos” nas recentes reuniões parlamentares foram uma manobra estratégica.

Ainda há a possibilidade de que o presidente chinês, Xi Jinping, se envolva diretamente, já que há rumores de um possível encontro com Trump em junho nos EUA.

Craig Singleton, pesquisador sênior da Fundação para a Defesa das Democracias, observa que os dois líderes se encontram em um dilema: Trump busca equilibrar “pressão máxima” com aberturas diplomáticas, enquanto Xi Jinping adota uma abordagem metódica e avessa ao risco. Ele conclui que nenhum dos dois quer ser visto como o primeiro a ceder, o que pode exacerbar o impasse.