Da Redação 11/09/2002 – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou recentemente o sexto levantamento para a safra 2001/2002. No quadro de milho, os novos dados chegam a causar surpresa. Os estoques foram revisados para cima em valores substanciais. Essa alteração revela a dificuldade que técnicos e analistas de mercado passam quando tentam estruturar as informações de oferta e demanda de milho no Brasil.
O mesmo balanço apresentado em fevereiro de 2002 apontava dados de estoque bem diferentes. O estoque inicial da safra 1996/1997 foi estimado em 5,96 milhões de toneladas, quase 3 milhões a menos do que o apresentado agora.
Pelo levantamento de fevereiro de 2002, o estoque inicial da safra 2000/2001 seria de 808 mil toneladas e não 3,5 milhões de toneladas. Os estoques finais da mesma safra cairiam para 202 mil toneladas, ou seja, dois dias de consumo. Não é razoável imaginar que o mercado vá operar, na virada de safra, com estoques de dois dias. Os dados anteriores, portanto, estavam subestimando os valores dos estoques. Os diferenciais estão girando ao redor de 2,85 milhões de toneladas.
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Ainda mantendo o estoque inicial em 1996/1997 em 5,9 milhões, outras inconsistências nos dados podem ser observadas. Os dados de exportação da safra 2000/2001 (5,9 milhões) são passíveis de crítica. Pelo Sistema Alice, que é a base de dados oficial de fluxos comerciais, as exportações de milho seriam de 7 milhões de toneladas considerando o período de safra de fevereiro de 2001 a janeiro de 2002. Para fins de cálculo de importações e exportações, deve-se coletar dados no período de comercialização do produto.
Substituindo os dados de estoque inicial e de exportação na safra 2000/2001, chega-se a um valor negativo de estoque final para 2001/2002, medido em fevereiro de 2003. Mais um argumento para reforçar a necessidade de revisão dos dados anteriores.
