
Os preços da soja retomaram a tendência de queda na bolsa de Chicago nesta quinta-feira (9/10), após duas altas consecutivas. Os papéis para novembro recuaram 0,70%, fechando a US$ 10,2225 o bushel.
Segundo Rafael Silveira, analista da Safras & Mercado, não há fatores que justifiquem uma alta para a soja no momento, e o grão deve sofrer novas quedas devido à ausência da China nas importações de soja americana. Silveira destacou que o Brasil tem se beneficiado desse cenário: “Somente de janeiro a setembro deste ano, o Brasil exportou mais soja para a China do que durante todo o ano passado. Para outubro, as nossas exportações seguirão aquecidas, com mais de 7 milhões de toneladas. Isso é muita soja”.
Na visão do analista, sem a previsão de vendas americanas para a China, a janela de exportação dos EUA fica cada vez mais curta, aumentando as chances de os chineses optarem por outros fornecedores.
A paralisação dos servidores públicos americanos adiciona mais incerteza ao mercado, pois o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) não divulgou seu relatório mensal de oferta e demanda. O “shutdown” deixa o mercado “no escuro”, como afirmou Silveira, que aguarda o desfecho da situação para ter dados sobre a produção e a exportação, cujas previsões podem sofrer cortes. A paralisação também adiou o anúncio de um pacote de auxílio financeiro para produtores locais, que beneficiaria especialmente os agricultores de soja dos EUA.
O milho também se desvalorizou na bolsa de Chicago, com os lotes para dezembro fechando em baixa de 0,89%, a US$ 4,1825 por bushel. O trigo fechou praticamente estável pela segunda sessão consecutiva, recuando 0,15%, cotado a US$ 5,0650 o bushel.