
A agricultura brasileira se prepara para mais um ciclo de crescimento, com a primeira projeção para a safra de grãos 2025/26 apontando para uma colheita histórica de 354,7 milhões de toneladas. O volume, divulgado nesta terça-feira (14) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representa um aumento de 0,8% em relação ao ciclo anterior. O avanço é sustentado pela expectativa de ampliação de 3,3% na área a ser semeada, que deve alcançar 84,4 milhões de hectares em todo o país.
A soja se consolida como o principal motor desta expansão. A Conab estima um crescimento de 3,6% na área dedicada à oleaginosa, totalizando 49,1 milhões de hectares. Com condições climáticas favoráveis até o momento, a produção de soja deve atingir um novo patamar de 177,6 milhões de toneladas, superando as 171,5 milhões colhidas na safra passada. O plantio já começou em ritmo acelerado, com 11,1% da área nacional semeada, com destaque para os estados de Mato Grosso (18,9%) e Paraná (31%).
Cenário Diverso para as Demais Culturas
Para o milho, a perspectiva também é de crescimento, com a produção total das três safras estimada em 138,6 milhões de toneladas em uma área de 22,7 milhões de hectares. A primeira safra do cereal deve apresentar um incremento de 2,8% na colheita, chegando a 25,6 milhões de toneladas, com o plantio já avançado nos estados da região Sul.
Em contrapartida, outras culturas importantes devem registrar retração. A área destinada ao arroz tem previsão de queda de 5,6%, resultando em uma produção de 11,5 milhões de toneladas. No caso do feijão, a expectativa é de estabilidade, com uma colheita total estimada em 3 milhões de toneladas. Já para as culturas de inverno, o trigo, principal produto, deve ter uma safra 2,4% menor, com 7,7 milhões de toneladas, reflexo de uma forte retração de 19,9% na área cultivada.
Projeções de Mercado e o Cenário Internacional
No cenário de mercado, as projeções da Conab indicam um fortalecimento da posição brasileira no comércio global, com destaque para a exportação de soja e milho.
- Soja: Com a previsão de menor oferta dos Estados Unidos e a crescente demanda global, o Brasil deve se manter como o maior exportador mundial da oleaginosa, com embarques que podem superar 112,11 milhões de toneladas. O esmagamento interno também deve crescer para 59,56 milhões de toneladas, impulsionado pela demanda por biodiesel e proteína vegetal.
- Milho: As exportações do cereal devem saltar de 40 milhões para 46,5 milhões de toneladas na nova safra. O consumo interno também está projetado para aumentar, passando para 94,5 milhões de toneladas, principalmente devido à maior demanda para a produção de etanol.
- Arroz: Mesmo com a redução na área plantada, a boa oferta interna deve permitir uma ampliação nas exportações, que podem chegar a 2,1 milhões de toneladas, enquanto o consumo e as importações permanecem estáveis.
Fonte: Conab










