
As condições climáticas desta semana continuam favoráveis a diversas culturas agrícolas no Brasil, especialmente no Centro-Sul do país, conforme o alerta agroclimático da Rural Clima. A presença de uma massa de ar polar tem mantido as temperaturas mais baixas, impactando positivamente algumas lavouras, mas também trazendo desafios pontuais para a colheita.
O agrometeorologista Marco Antonio dos Santos explicou que as temperaturas mais baixas têm auxiliado na abertura dos capulhos do algodão e até mesmo em sua maturação. Para o milho, no entanto, a combinação de frio e umidade tem atrasado o processo de colheita em algumas regiões, dificultando a secagem natural do grão no campo. Já para culturas como a cana-de-açúcar e o café, o cenário é considerado ideal, favorecendo inclusive a secagem do café.
A previsão é que essa massa de ar polar persista até o final da semana. Em seguida, uma nova frente fria poderá avançar sobre o Centro-Sul, com potencial para chuvas irregulares em áreas do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.
Apesar dessas variações, o interior do Nordeste, grande parte do Centro-Oeste e o Matopiba devem permanecer sob tempo seco. Santos comentou que “chove também em toda a faixa litorânea do Nordeste, o que é normal para essa época do ano”. No extremo norte da região Norte, há previsão de pancadas, especialmente no litoral.
Próxima Semana e Cenário Internacional
A próxima semana deve começar com uma frente fria mais robusta, trazendo chuvas abrangentes e em bons volumes sobre a região Sul. Santos ressaltou que “dificilmente essa frente chega às regiões Sudeste e Centro-Oeste”, com possibilidade de chuva no Mato Grosso do Sul e em algumas áreas do sul e leste de São Paulo, mas pouco provável no interior. Essa nova frente fria também impede a entrada de uma massa de ar polar de forte intensidade que vinha sendo prevista anteriormente. “O frio vai se manter, mas nada que traga prejuízos à safra”, destacou o especialista, afastando o risco de geadas severas como previsto há uma semana.
Com o cenário climático relativamente estável no Brasil, o agrometeorologista também comentou as condições nos Estados Unidos. As previsões indicam um padrão climático sem grandes extremos nas próximas semanas, com “chuvas, um pouco mais irregulares nesse momento, mas há sim chuvas quase que diárias em vários pontos do Meio-Oeste americano”.
Mesmo com a expectativa de calor intenso no final de julho e início de agosto, Santos descartou riscos significativos para a produção agrícola norte-americana. Ele explicou que a presença de bastante umidade no solo mitiga os efeitos das ondas fortes de calor, pois “a planta ama o calor associado a umidade”. O cenário será oposto ao estresse hídrico. “A tendência é de chuvas dentro de uma normalidade. Está em pleno verão, então é esperado muito calor”, concluiu. Ele também afirmou que, apesar de uma breve pausa nas chuvas nos Estados Unidos no início de agosto, a precipitação deve retornar logo em seguida. “Uma semana de tempo seco é formidável para a realização dos tratos culturais. O mercado pode até reagir a essa previsão, mas não há risco de quebra de safra. Pelo contrário, a safra vai ser muito boa este ano”, destacou.
Referências: SAFRAS











