
A atuação de um ciclone extratropical mantém o Sul do Brasil em estado de atenção nesta quarta-feira (10/12). O sistema atinge seu estágio mais intenso ao longo do dia, com o centro do fenômeno posicionado muito próximo ao litoral do Rio Grande do Sul, cenário que levou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) a emitir alerta vermelho para áreas do estado. A previsão indica volumes de chuva elevados, rajadas de vento expressivas e risco elevado de transtornos.
Mesmo com o deslocamento gradual do ciclone em direção ao oceano durante a tarde e a noite, os efeitos seguem severos ao longo do dia no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Em pontos isolados, os acumulados de precipitação podem ultrapassar 100 milímetros, acompanhados de ventos intensos e queda de árvores, além de danos à infraestrutura urbana e rural.
Na Serra Gaúcha, os impactos já foram significativos. Em Flores da Cunha, a passagem de um tornado de curta duração, confirmado por análises meteorológicas da Climatempo, causou prejuízos relevantes ao setor agrícola. Pelo menos 20 parreirais foram destruídos, e três vinícolas registraram danos estruturais. De acordo com informações da Defesa Civil e da Emater-RS, o fenômeno também comprometeu residências, galpões, estufas e outras instalações produtivas.
Embora o ciclone não atue de forma direta sobre o Sudeste e o Centro-Oeste, seus reflexos alcançam essas regiões. Em São Paulo, a madrugada tende a ser marcada por instabilidade generalizada, com possibilidade de chuva forte em todo o estado. Ao longo do dia, as precipitações perdem força e avançam em direção a Minas Gerais e ao Rio de Janeiro.
No Centro-Oeste, o destaque fica para o risco de pancadas mais intensas no norte e leste de Mato Grosso do Sul. Já no sudoeste de Mato Grosso e no sul de Goiás, a chuva ocorre de forma mais irregular. Apesar da instabilidade pontual, as temperaturas voltam a subir, com máximas acima dos 30 °C previstas para todas as capitais da região.
No Nordeste, as precipitações continuam concentradas no sul do Maranhão, onde permanece um alerta laranja do Inmet, além do oeste da Bahia. No sul do Piauí e em áreas do litoral e do sul baiano, as chuvas são mais fracas. Nas demais localidades, o principal ponto de atenção é a baixa umidade relativa do ar.
Na Região Norte, o cenário é de maior instabilidade atmosférica. Estados como Amazonas, Rondônia e Roraima seguem sob risco de chuva forte, assim como extensas áreas do Tocantins e do Amapá. Em contrapartida, outras partes da região registram períodos mais prolongados de tempo firme.
O monitoramento permanece constante, especialmente no Sul do país, onde a trajetória do ciclone e seus efeitos associados seguem exigindo atenção redobrada de autoridades, produtores rurais e da população em geral.











