
O setor de pescados ficou “frustrado” e “decepcionado” com o resultado da reunião desta segunda-feira (4/8) com cinco ministros do governo federal para tratar de medidas de socorro a empresas afetadas pelo tarifaço. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, reclamou da falta de anúncio de alguma ação concreta de ajuda aos produtores.
“O tempo da gente não é de médio prazo, é de curto prazo. Não adianta o governo ter urgência e a gente não ser socorrido. Tem que ser para ontem”, afirmou a jornalistas após participar da reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, e os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, da Pesca, André de Paula, e da Casa Civil, Rui Costa.
“A reunião foi o mais do mesmo. Tivemos há quase 10 dias uma reunião e se repetiram as demandas setoriais. O governo repete que está em negociação (…), mas para o setor produtivo não veio nenhuma medida eficaz, nenhuma medida que mitigue o problema, que é manutenção dos empregos e da produção”, reclamou. “É muito frustrante momentaneamente. Reconhecemos que existe uma preocupação, mas uma medida efetiva não chegou ainda para o setor, principalmente para o setor de pescados, que tinha grande expectativa de ser excluído da lista, ficou na lista e não veio nenhuma medida mitigadora para nos ajudar”, completou.
Segundo Lobo, há uma divergência de informação entre os ministros do que foi efetivamente negociado e do que realmente vai acontecer daqui para a frente. “Alguns ministros falam que a lista de exclusão foi negociada, e outros dizem que foi decisão unilateral do governo americano. Para o setor produtivo não cabe julgar, o setor privado só lamenta que não veio ainda nossa demanda”, acrescentou.
A Abipesca pede uma linha de crédito para capital de giro com juros subsidiados. O presidente da entidade disse que a medida estudada pelo governo, para a compra governamental de alguns produtos, como o pescado, não resolve o problema.
“São medidas que vão levar tempo, tem procedimento legal para aquisição, são meses. Isso não resolve. O setor está se organizando para ter alternativas de mercado, mas a gente precisa de solução para os próximos 15 dias, não para daqui a seis meses”, criticou. “Saio otimista com meu setor, mas decepcionado, porque achei que hoje o governo traria uma coisa mais concreta e plausível”, concluiu.
O setor não foi informado de previsão para anúncio das medidas do plano de contingência do governo, disse Lobo.










