Os resíduos agroindustriais, foram da ordem de 1090 mil bep/dia e devem atingir, aproximadamente, 1,5 milhões de bep/dia na projeção para 2030, encontram-se já concentrados em unidades industriais, como usinas de etanol e açúcar e unidades de beneficiamento agroindustrial, sendo a maximização do aproveitamento de seu conteúdo energético dependente de tecnologia industrial de minimização de consumo energético (como o agropellets, biocarvão ou torrefação) dos processos produtivos e de tecnologia de geração termelétrica de maior eficiência.
O potencial de energia primária dos resíduos agrícolas (que poderiam ter um aproveitamento energético), com valores da ordem de 7,5 milhões de bep/dia em 2021 e de 8,9 milhões de bep/dia na projeção para 2030 requer investimentos para o desenvolvimento de rotas tecnológicas para sua recuperação, referentes ao maquinário capaz de recuperar de forma adequada esta biomassa que fica no campo, e dispêndios de disponibilização, referentes aos custos desta operação e do seu transporte até uma unidade que efetivará sua aplicação como combustível para geração de energia.
Considerando-se que, aproximadamente, 50% deste quantitativo (resíduos do beneficiamento agroindustrial) já se encontra disponível para uso imediato em instalações industriais, onde seu uso como energético primário é pequeno. Embora em bases de eficiência e que este setor agroindustrial brasileiro é o que apresenta maior grau de avanço em pesquisas e desenvolvimento para a recuperação dos resíduos agrícolas, normalmente chamados palha uma análise individual do seu potencial de geração de energia elétrica a partir da biomassa mostra-se pertinente e adequado. Embora expressivo o conteúdo energético dos demais resíduos agropecuários e agroindústrias quantificados, a incipiência em relação à recuperação e aproveitamento dos resíduos agropecuários, indicou a pertinência de efetuar-se a avaliação do potencial de geração de energia elétrica.
Pode-se destacar, que o conjunto das questões que se deve equacionar para viabilizar o aproveitamento dos resíduos agrícolas das culturas diversas, como soja, milho e arroz, tem abordagem semelhante à do aproveitamento dos resíduos agrícolas da cultura da cana-de-açúcar, qual seja, a determinação de rotas econômicas e adequadas de recuperação, transporte e disponibilização da biomassa na unidade de industrial, de geração de energia elétrica ou outra.
As condições naturais e geográficas são favoráveis no Brasil, além de grande quantidade de terra agricultável com características adequadas do solo e condições climáticas, fazendo deste o país que reúne o maior quantitativo de vantagens comparativas para liderar a agricultura, entre as quais, a perspectiva de incorporação de novas áreas com impactos ambientais circunscritos ao socialmente aceitos e a possibilidade de múltiplos cultivos dentro do ano calendário (EMBRAPA/MAPA).
A geração de resíduos por meio do cultivo agrícola e do beneficiamento agroindustrial é um grande problema ambiental, social e econômico no Brasil. Assim sendo, as perspectivas atuais e futuras apontam para o esgotamento das fontes não-renováveis e para a necessidade de racionamento de energia e este tipo de biomassa pode ser utilizado como uma nova fonte energética.
O aproveitamento da biomassa florestal e agroindustrial deveria ser um desafio prioritário do Governo Brasileiro, não só no âmbito energético, mas também dado o seu impacto na revitalização e dinamização da atividade econômica industrial
No âmbito dos resíduos do setor agroindustrial com os dados da produção e com as estimativas dos montantes de resíduos gerados e do potencial energético destes resíduos. No estudo da ABIB Brasil o Brasil tem um quantitativo a estimativa dos resíduos gerados pelo setor agroindustrial de 967.005.044 (mil ton/ano).
Os resultados apresentados poderão servir de base para uma melhor avaliação dos impactos ambientais do setor e para a análise de possibilidades econômicas de utilização dos resíduos para geração de energia por meio de reaproveitamento da biomassa, subsidiando a elaboração de planos de redução, reutilização e reciclagem dos resíduos gerados.
Mas se faz necessário a criação de uma legislação para o estímulo à produção sustentável e para a utilização da agrobiomassa com o estabelecimento de medidas para a criação de incentivos à existência de circuitos de processamento e de recolhimento, transporte e produção, reduzindo os custos e promovendo as empresas que pretendam em atuar com projetos sustentáveis. Novas cadeias de valor rurais que contribuem para a bioeconomia, a economia circular e a produção de bioenergia estimulam o crescimento e o emprego nas áreas rurais porque oferecem oportunidades para que os agricultores diversifiquem seus negócios, protejam riscos e proporcionem renda adicional.