Apesar de alguns Estados do país terem decidido vacinar bovinos com mais de 24 meses apenas uma vez por ano contra a aftosa, a demanda por vacinas deve continuar a crescer em 2009, prevê Emílio Salani, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).
Em 2008, foram comercializadas 367 milhões de doses, e a estimativa do Sindan é de um número entre 375 milhões e 380 milhões de unidades em 2009. “Os Estados estão querendo melhorar o status sanitário, querem ser Santa Catarina”, disse, referindo-se à condição do Estado do Sul que é livre de aftosa sem vacinação. Segundo ele, a tendência é de que haja demanda forte por vacina nos Estados que têm grandes rebanhos, como Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Pará.
Ele não descarta, porém, que as vendas de vacina fiquem abaixo do esperado pelo governo brasileiro neste semestre – em maio ocorre a primeira etapa da campanha de vacinação e em novembro, a segunda. O governo prevê uma demanda de 193 milhões de doses. Com a decisão do Paraná de só vacinar em maio animais com menos de 24 meses de idade e em função dos estoques reguladores, a demanda pode ser menor. “Acredito que fique bem próxima de 180 milhões de doses”, estimou.
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O presidente do Sindan observa que a demanda por vacina tem crescido nos últimos 10 anos. “Há uma conscientização por parte dos pecuaristas, toda região quer proteger o rebanho”.
Além do Paraná , outros seis Estados vão vacinar animais com mais de 24 meses apenas anualmente: Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio Grande do Sul – os dois últimos vão vacinar todo o rebanho em maio e, em novembro, os que tiverem até dois anos. São Paulo vacinará só bovinos e bubalinos com até 24 meses em maio e em novembro, todos os animais.
Segundo Salani, as seis indústrias de vacinas que atuam no Brasil têm capacidade de produção de 500 milhões de doses/ano. São elas Pfizer, Bayer, Intervet, Vallée, Coopers e Merial. Mantêm ainda estoque regulador de 60 milhões a 80 milhões de doses na Central de Selagem de Vacinas, para eventual emergência. Ele informou que a partir deste ano toda a vacina disponível para comercialização é livre de proteínas não-estruturais do vírus da aftosa. Antes nem todas eram, o que aumentava o risco de falsos positivos no caso de testes para detectar a doença.
