
Rússia e Irã têm uma longa história de cooperação no setor da energia. Mesmo antes da revolução islâmica no Irã, a URSS construiu no Irã usinas elétricas em Ahvaz e Isfahan. Já durante o regime islâmico Moscou deu mais um passo para reforçar as relações bilaterais no setor de energia, construindo e colocando em serviço a usina de energia nuclear de Bushehr.
No entanto, como observam ambos os lados, eles não vão parar por aí.
O embaixador iraniano em Moscou, o Dr. Mehdi Sanaei, falando a esse respeito destacou que “uma usina de energia nuclear para o Irã não é suficiente. Agora, Teerã e Moscou estão negociando para aumentar a cooperação no campo da energia nuclear. Nesta área temos boas perspectivas de cooperação. Esperamos que a produção de eletricidade no Irã será realizada não só por usinas nucleares, mas também por usinas térmicas. Hoje, os ministros da Energia da Rússia e do Irã estão cooperando estreitamente nesse sentido o que já resultou num acordo sobre a modernização de duas centrais térmicas que foram construídas em território iraniano ainda por especialistas soviéticos. Além de melhorar as antigas usinas térmicas, vamos construir também novas”.
De fato, em 2014 foi realizada uma série de consultações e negociações no setor da energia. Isso se aplica à criação tanto de usinas nucleares como de usinas térmicas.
Recentemente, tem havido um aumento no trabalho conjunto doa agência russa Rosatom e da Organização de Energia Atômica do Irã. Segundo notam observadores, ainda no verão foram celebrados acordos e aprovados documentos para a construção de dois novos blocos de produção de energia no complexo da usina de energia nuclear iraniana de Bushehr. É possível que as partes assinem um contrato ainda antes do final deste ano.
Para evitar causar preocupações infundadas sobre a cooperação russo-iraniana na área do átomo pacífico, o vice-chanceler russo Serguei Ryabkov disse recentemente: “Nós não descartamos, no futuro, a continuação da cooperação com o Irã no campo da energia nuclear pacífica, mas vamos fazê-lo em estrita conformidade com o direito internacional e, naturalmente, no âmbito do acordo que agora está sendo elaborado”, disse ele, referindo-se às atuais “negociações nucleares” do sexteto com o Irã.
Em seguida, Serguei Ryabkov introduziu, por assim dizer, uma intriga, dizendo: “É prematuro discutir detalhes específicos de tal interação. Ela pode ter formas completamente diferentes, inclusive aquelas que até agora não foram praticadas nas relações entre Moscou e Teerã”.
Ora, tanto mais interessante será observar o desenvolvimento da cooperação nuclear russo-iraniana, preparada com tais intrigas produtivas.
Os ministros da Energia da Rússia e do Irã, Alexander Novak e Hamid Chitchian, trabalharam não menos eficazmente que seus “colegas atômicos”.
Alexander Novak disse que Moscou está discutindo com Teerã projetos no setor de energia no valor de 10 bilhões de dólares. Trata-se de projetos de construção de usinas térmicas, de fornecimento de equipamentos para elas, de reconstrução de estruturas do setor de energia, de construção de redes elétricas.
O chefe do Ministério de Energia russo anunciou que a empresa iraniana Tavanir e a russa Technopromexport assinaram um acordo de intenções para implementar projetos de energia elétrica no Irã. Alexander Novak explicou que se trata da construção de 8-10 blocos de usinas de energia de ciclo combinado com uma capacidade total de 3 gigawatts. Segundo ele, está sendo considerada a possibilidade de construção de linhas de transmissão elétrica, bem como de usinas hidrelétricas. Além disso, o ministro apresentou planos para a sincronização de sistemas de energia da Rússia, Irã e Azerbaidjão.
Como podemos ver, os planos energéticos da Rússia e do Irã são grandiosos. Sua implementação permitirá envolver no processo de cooperação muitíssimas empresas, companhias e organizações grandes, médias e mesmo pequenas dos dois países. Isso, sem dúvida, terá um impacto positivo sobre o ambiente de negócios nos dois países e será uma plataforma de lançamento para as relações comerciais e econômicas russo-iranianas, que agora, infelizmente, estão num nível inaceitavelmente baixo.
A única coisa que falta – é trazer esses planos, projetos e intenções à sua conclusão lógica, a uma realização completa.









