
O agronegócio brasileiro encerra 2025 com um novo marco histórico na balança de insumos. Entre janeiro e novembro, a importação de fertilizantes somou 41,73 milhões de toneladas, superando o volume do mesmo período de 2024. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), esse apetite por adubos reflete o otimismo do produtor nacional, que vislumbra oportunidades comerciais abertas pelas tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China. “O agricultor percebeu um cenário de oportunidades para ampliar a presença dos produtos brasileiros no exterior”, analisou Thomé Guth, superintendente da Conab.
A logística nacional apresentou uma mudança estrutural relevante neste ano. Embora o Porto de Paranaguá (PR) mantenha a liderança absoluta na entrada de fertilizantes (10,16 milhões de toneladas), os portos do Arco Norte (7,56 mi/t) ultrapassaram pela primeira vez o Porto de Santos (7,52 mi/t) no desembarque desses produtos. Esse dado consolida a região Norte não apenas como corredor de exportação, mas também como rota estratégica de suprimentos para o interior do país.
Na ponta das vendas externas, a eficiência logística do Norte é ainda mais evidente. O Brasil exportou o recorde de 104,7 milhões de toneladas de soja até novembro, com 36,8% desse volume saindo pelo Arco Norte (contra 31,9% de Santos). No milho, a dominância nortista é maior: quase metade (47,2%) das 34,8 milhões de toneladas embarcadas fluiu por esses portos. Apesar da movimentação intensa de cargas, o mercado de fretes encerrou novembro desaquecido, reflexo da entressafra, com expectativa de alta nas cotações apenas para o início de 2026.
Referência: Conab












