
Diante da ameaça persistente da Peste Suína Africana (PSA) no Sudeste Asiático, um programa da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) alcançou um marco importante na defesa sanitária da região. Nas Filipinas, 177 pequenos suinocultores concluíram o programa de Intervenção Comunitária em Biossegurança (CABI) e foram graduados como “campeões locais de biossegurança”. A iniciativa prova que soluções de baixo custo e baseadas na ciência, quando adotadas pela comunidade, são a linha de defesa mais eficaz contra uma doença que ainda não possui cura ou vacina comercialmente viável globalmente.
O programa, liderado pelo Centro de Emergência para Doenças Transfronteiriças de Animais (ECTAD) da FAO, focou em capacitar produtores nas cidades de Bais e Solsona. A estratégia central foi desmistificar a biossegurança, transformando-a de um conceito técnico complexo em práticas diárias acessíveis. A abordagem participativa envolveu não apenas os agricultores, mas também veterinários e governos locais. Um destaque importante foi a predominância de mulheres entre os formados, reafirmando o papel central da liderança feminina na suinocultura familiar e na proteção dos rebanhos.
“A biossegurança é mais do que apenas materiais; é uma mentalidade, uma disciplina e uma responsabilidade compartilhada”, afirmou Lionel Dabbadie, representante da FAO nas Filipinas. O sucesso do modelo baseou-se no aprendizado entre pares (peer-to-peer): os próprios graduados treinaram outros 315 agricultores vizinhos, criando uma rede de proteção comunitária. Com resultados promissores na redução de riscos e proteção de meios de subsistência, a FAO já planeja expandir o modelo CABI para outros países da região, como Indonésia e Laos, com financiamento do governo da Coreia do Sul.
Referência: FAO.org












