
O estado de Wisconsin tornou-se o palco de um novo e distinto evento de transmissão de influenza aviária para o gado leiteiro, conforme confirmado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferente da cadeia de contágio que domina a maioria dos surtos no país, esta infecção não decorre da movimentação de animais entre fazendas comerciais, mas sim de um salto direto da vida selvagem para o rebanho, acendendo um alerta sobre a persistência e circulação viral no ambiente natural.
Análises genômicas realizadas pelos Laboratórios Nacionais de Serviços Veterinários identificaram o vírus como H5N1 clado 2.3.4.4b, genótipo D1.1. A confirmação, divulgada em comunicado oficial na última sexta-feira pelo Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (APHIS), aponta que o sequenciamento completo foi concluído em 17 de dezembro, diferenciando claramente este caso das linhagens previamente estabelecidas e disseminadas no rebanho americano.
Segundo o relatório, a grande maioria das detecções de influenza aviária altamente patogênica em rebanhos leiteiros dos EUA resultou de movimentações ligadas a um evento inicial de transmissão ocorrido no Texas no final de 2023, envolvendo a cepa B3.13. No entanto, o cenário atual mostra variações: no início deste ano, já haviam sido detectados dois casos isolados de transmissão da cepa D1.1 em Nevada e no Arizona.
O caso em Wisconsin, detectado no âmbito da Estratégia Nacional de Testes de Leite do USDA, não levou a infecções adicionais no rebanho, afirmou o APHIS. O USDA reforçou que as descobertas não representam um risco para a saúde do consumidor ou para o abastecimento comercial de leite, uma vez que a pasteurização mata o vírus e o leite dos animais afetados é desviado ou destruído.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) continuam a considerar o risco para o público como baixo. O USDA recomendou aos produtores de leite que mantenham medidas rigorosas de biossegurança e relatem qualquer animal que apresente sinais clínicos ou mortes incomuns de animais selvagens nas propriedades.
Em paralelo à questão sanitária, a pressão política aumenta. Na semana passada, um grupo bipartidário de senadores dos EUA instou o governo do presidente Donald Trump a finalizar um plano baseado em evidências científicas para o desenvolvimento de uma vacina contra a gripe aviária para o gado, visando proteger o setor produtivo de futuras perdas.
Referência: Reuters











