
O peru é o protagonista da ceia de Natal, mas também o item que mais pesa no orçamento das festas. Segundo José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), o preço elevado não é arbitrário, mas reflexo de uma cadeia produtiva complexa e de custos que começam muito antes da ave chegar à indústria.
Diferente do frango de corte ou até mesmo de aves natalinas menores (como o Chester), o peru possui um ciclo de criação mais longo, demanda maior volume de ração balanceada e exige cuidados genéticos e sanitários rigorosos no campo.
Após a porteira, o custo industrial também é superior. Por ser uma ave grande, com peso médio de 7,9 kg, contra 3,5 kg de outras aves festivas, o peru exige embalagens especiais, processos de tempero, congelamento robusto e uma logística dedicada. Além disso, o fator sazonalidade é determinante: toda a estrutura da cadeia precisa ser montada para atender a uma demanda que dura poucas semanas.
Os dados da ABPA ilustram bem esse caráter de “produto de ocasião”: enquanto o brasileiro consome mais de 46 kg de frango por ano, o consumo per capita de peru é de apenas 0,297 kg. No Rio Grande do Sul, um dos principais polos produtores, a criação de perus concentra-se na região de Caxias do Sul, enquanto outras aves natalinas estão distribuídas pelo Vale do Caí e Passo Fundo.
Referência: Asgav












