
A semana passada foi marcada pelo aquecimento da procura doméstica por milho, resultando na elevação dos preços do cereal na maioria das regiões monitoradas pelo Cepea.
Parte dos consumidores que estava utilizando estoques ou aguardando quedas de preço retornou ao mercado para recompor estoques e se planejar para o final de 2025. Esse movimento é estratégico, dado que as últimas semanas do ano tipicamente apresentam menor liquidez, em grande parte devido à paralisação das transportadoras.
Fatores de Sustentação da Alta
O aumento nas cotações do milho está sendo reforçado por fatores tanto do lado da demanda quanto da oferta:
1. Lado da Oferta (Vendedores)
- Foco na Safra de Verão: Produtores estão concentrados na semeadura da safra de verão e, aproveitando o retorno dos compradores, estão limitando o volume de mercadoria disponível para entrega imediata.
- Paridade de Exportação: A manutenção da paridade de exportação em bons patamares e os embarques internacionais elevados oferecem suporte aos vendedores. Isso os encoraja a segurar a mercadoria, aguardando melhores oportunidades de negócios.
2. Lado da Demanda (Compradores)
- Necessidade de Recomposição: Consumidores estão reabastecendo estoques para garantir suprimento em um período (fim de ano) que historicamente tem baixa liquidez logística.
📉 Fatores que Podem Limitar Avanços Futuros
Apesar da alta recente, pesquisadores do Cepea indicam que o potencial de valorização dos preços internos do milho nos próximos meses pode ser limitado por fatores estruturais e de mercado:
- Entrada da Safra dos Estados Unidos: A chegada da safra americana no mercado internacional tende a pressionar os preços globais.
- Liberação de Armazéns: A necessidade dos agricultores brasileiros de liberar espaço nos armazéns para a nova safra pode aumentar a oferta no mercado interno.
- Estoque de Passagem Elevado: O Brasil possui um estoque de passagem elevado, o que funciona como um amortecedor contra altas excessivas de preços.










